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CORRUPÇÃO NO RIO | Presidente da Fetranspor é levado em condução coercitiva pela PF na operação “O Quinto do Ouro”

Operação que investiga esquemas de propinas nos transportes tem como alvo presidente da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), conselheiros do TCE-RJ e Jorge Picciani do PMDB (presidente da Assembleia Legislativa - ALERJ). O delator do esquema já está fora do país, com autorização da Justiça.

quarta-feira 29 de março de 2017 | Edição do dia

Lélis Marcos Teixeira, presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio, é alvo de operação da Polícia Federal que investiga esquemas de propina que conselheiros do TCE-RJ cobravam para ignorar obras ou sistemas irregulares nos transportes. Além dele, nesta quarta-feira (29) a operação chamada "O Quinto do Ouro" (referência ao imposto correspondente a 20% que a Coroa Portuguesa cobrava dos mineradores de Ouro) mandou prender cinco dos seis conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e levou para depor o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani.

A delação premiada do ex-presidente do órgão, Jonas Lopes de Carvalho Filho, levou a mandados de prisão contra os cinco conselheiros, envolvidos em pelo menos dois esquemas de arrecadação de propina. Jonas esteve à frente do tribunal no ápice das obras da Copa e da Olimpíada e investigações sugerem que ele, o filho e conselheiros do TCE cobravam propina de 1% do valor dos contratos das empreiteiras em obras do Estado do Rio que deveriam fiscalizar, em troca de que fizessem vista grossa às irregularidades. Além disso, os conselheiros também são investigados por adquirirem vantagens controlando o saldo não utilizado dos usuários dos bilhetes eletrônicos do RioCard.

Assim como o Presidente da Fetranspor, Jonas Lopes foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal em dezembro, em uma operação que investiga crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na deflagração da Operação Descontrole, braço da Lava Jato. Entretanto, recebeu autorização da Justiça para deixar o país e já está fora do Brasil.

Jorge Picciani, Presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), também foi citado e já não é mais novato em citações de delação. O deputado estadual já se viu envolto em polêmicas de favorecimento de empreiteiras, em troca de negócios com suas próprias empresas e de propina para campanha eleitoral.

Essa operação deixa evidente que, assim como os grandes caciques do PMDB, estão também envolvidos nos esquemas de corrupção membros do judiciário e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, que supostamente deveriam ser responsáveis por impedir fraudes nas contas públicas, mas que, em vez disso, fazem parte desses esquemas e saem impunes após suas delações premiadas. Isso só mostra que a corrupção faz parte da estrutura do governo no estado capitalista, pois garante o lucro dos empresários, extraído daquilo que deveria ser público e estar a serviço do benefício da maioria.

Impossível que se haja justiça em um sistema em que os responsáveis por essas investigações pouco se interessam pelos serviços públicos e estão tão envolvidos com a corrupção quanto os seus investigados. Apenas com uma organização e forte mobilização dos trabalhadores e usuários - que exija a estatização de todas as empresas envolvidas em corrupção, o confisco de seus bens e a fiscalização de todas as contas por aqueles que trabalham e utilizam esses serviços - será possível tomar das mãos dos corruptos todas as empresas envolvidas nesses escândalos e acabar com a corrupção.




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