O privatista Pedro Guimarães, indicado por Bolsonaro e Guedes, demonstrou todo seu desconhecimento da realidade brasileira em discurso.
sexta-feira 4 de dezembro de 2020 | Edição do dia
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Em discurso no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (3/12), o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, demonstrou grande surpresa ao dizer que, em sua última viagem pelo Brasil, passou por lixões e descobriu algo que ele “nunca tinha pensado que existisse”, que ali haviam pessoas “vivendo no chorume”.
O motivo da viagem de Guimarães é que, na próxima semana, a CEF irá abrir o primeiro edital voltado ao financiamento de lixões. Guimarães ainda conclui sua fala: "Faremos pelo menos 160 finais de semana até dezembro de 2022. Quando nós viajamos, nós descobrimos algo diferente.”
Apesar de demonstrar não conhecer a realidade brasileira, há que se ver quem é Pedro Guimarães, indicado de Bolsonaro e Paulo Guedes para a presidência da Caixa. Economista que fez um PhD sobre privatizações nos Estados Unidos, Guimarães tem uma trajetória no setor privado, inclusive no BTG Pactual, banco fundado por Guedes. Como denuncia o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Guimarães atuou na privatização do Banespa, Banerj e Banestado. É bem claro, portanto, qual o papel que ele cumpre na presidência de um banco público.