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MOVIMENTO SINDICAL | Presidente da CUT segue com sua demagogia e apoio ao governo Dilma

Uma resposta à nota de Vagner Freitas publicada no site da CUT no dia 23/12

sexta-feira 25 de dezembro de 2015 | 12:24

No dia 23/12, o presidente da CUT Vagner Freitas soltou uma nota no site da entidade com o seguinte titulo: ‘’a CUT quer a Dilma que o povo elegeu’’. Nesta nota, ele coloca que ‘’Em 29 de dezembro do ano passado, a sociedade brasileira foi surpreendida com o pacote de maldades do governo, o chamado ajuste fiscal, que tirou direitos da classe trabalhadora, paralisou a economia e gerou juros altos, recessão e desemprego’’.

Nas eleições de 2014 estava posto que tanto Dilma, quanto Aécio Neves iriam aplicar diversos ataques contra a classe trabalhadores. Apesar das tímidas diferenças de discurso, era isso que os grandes empresários exigiam dos candidatos que estavam concorrendo para gerir o seu Estado, e ambos deixavam claro este compromisso.

Desde aquele momento das eleições, ao invés de falar a verdade para a classe trabalhadora mostrando o verdadeiro caráter dos candidatos e organizando desde aquela época um plano de luta contra os ajustes, a CUT cumpriu um papel consciente de alimentar ilusões na Dilma para as massas, pois esta central sindical está atrelada ao PT que hoje organiza os interesses de um setor da burguesia brasileira.

Em seguida no texto, Vagner Freitas afirma que ‘’Durante este ano, a CUT lutou, negociou e reivindicou nas ruas mudanças na política econômica e a não retirada de direitos dos/as trabalhadores/as (...) Simultaneamente, o mandato da presidenta Dilma Rousseff sofreu ataques dos golpistas, aqueles que não aceitaram o resultado das eleições de 2014. E a CUT, novamente, foi às ruas defender o projeto que ajudou a eleger, a democracia e o respeito à vontade popular que se expressou nas urnas elegendo Dilma’’.

A mesma CUT que afirma lutar pelos direitos dos trabalhadores é a mesma central sindical que realiza a votação dentro das fabricas para que os trabalhadores aceitem o PPE, um projeto que visa reduzir o salário do trabalhador com a desculpa de que ele manterá o emprego. É a mesma central sindical que em petroleiros não transformou a ultima greve da categoria numa grande batalha contra a privatização levada à frente pelo PT, muito menos questionou os escândalos de corrupção dentro da empresa e ficou restringido em negociações salariais.

Quando Vagner Freitas afirma defender um suposto ‘’projeto’’ que ajudou a eleger Dilma, trata da mais pura demagogia de sua parte, pois uma central sindical que não rompe com o governo e cumpre este papel está do lado do Estado e dos grandes empresários.

Ele continua o seu texto falando que ‘’Agora, novamente no fim do ano, assisto atônito as mesmas cenas do ano passado. Muda o ministro da economia, mas não muda a política econômica. Era justamente isso que temíamos. Isso não vai acontecer. A primeira fala do novo ministro da Fazenda, Nélson Barbosa, é semelhante à primeira de Joaquim Levy. Ele falou em reforma da Previdência Social, retirada de direitos da classe trabalhadora, flexibilização da CLT e ajustes. Há outras possibilidades. Para equilibrar as contas públicas, ao invés de tirar dos/as trabalhadores/as é preciso tirar do capital. Do contrário, gera desconfiança na classe trabalhadora.’’

Isto demonstra que a tese de que existem governos em disputa, como afirmam os próprios governistas não passa de uma tremenda falácia. Se em 2015 Joaquim Levy foi escolhido para ministro da economia e o Nelson Barbosa anunciou que adotará as mesmas medidas econômicas que o ministro anterior, não é por conta de nenhuma força sobrenatural, mas que a linha do PT pra gerir o estado burguês é de atacar a classe trabalhadora, a juventude, as mulheres e demais setores populares da sociedade.

Por fim, Vagner Freitas termina o texto colocando que "2016 só será um ano diferente, se o governo agir de maneira diferente. Caso contrário, acredito que o governo não terá a mesma sorte que teve em 2015. Os golpistas estão de plantão com pedidos de impeachment ou renúncia. E as ruas só vão defender o projeto democrático popular se tiverem o que defender. A continuidade da atual política econômica, voltada aos interesses do mercado, vai gerar mais inflação, desemprego e cortes nas políticas sociais’’. E propõe que ‘’Para a CUT, qualquer discussão sobre direitos sociais, dos/as trabalhadores/as e Previdência Social tem de ser debatida no âmbito do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda, criado pelo governo este ano. Este é o espaço onde os/as trabalhadores/as e a sociedade podem se manifestar e defender seus direitos e interesse’’.´

É dado como certo de que 2015 vai ser um ano de intenso questionamento ao governo, por conta da crise que vai aprofundar e que vai gerar profundos ataques contra a classe trabalhadora e a juventude. A saída que a CUT pretende não é responder aos ataques no terreno da luta, mas em organismos completamente distantes da base dos trabalhadores. Se trata de um espaço onde burocratas sindicais e estado sentam de portas fechadas para fechar o seus acordos contra a classe trabalhadora. Mais uma mostra de que se a CUT não rompe com o governo, vai seguir sendo um instrumento de desvio, divisão e derrota das lutas.

Por mais que Vagner Freitas fale que não, hoje a CUT é um canal que o governo utiliza pra transmitir o seu ajuste fiscal. Para dar uma resposta a crise econômica e política que vive o país é preciso forjar um movimento nacional contra os ajustes que seja independente do governo, mas também da oposição de direita que esta disputando com o PT pra ver quem aplica os ataques contra os trabalhadores.

Neste sentido é preciso que as entidades sindicais como a CSP-CONLUTAS e a INTERSINDICAL estejam na linha de frente contra os ataques do governo e da oposição de direita. Por mais que o ato que ocorreu no dia 18/09/2015 seja um importante passo, a CSP CONLUTAS e a INTERSINDICAL tem que dar exemplo de como se luta contra os ataques do governo e da patronal e exigir da CUT que rompa com este governo, obrigando ela utilizar todo o seu aparato sindical pra colocar a serviço da luta dos trabalhadores.

Infelizmente a INTERSINDICAL compõe a Frente do Povo SEM MEDO junto com a própria a CUT de Vagner Freitas, fazendo com que esta central sindical seja extremamente débil para dar uma resposta independente para a crise econômica e política do pais. Por mais que a CSP-CONLUTAS tenha uma postura correta de se não misturar com nenhuma variante da burguesia, o PSTU que é ala majoritária que compõe esta central não deu nenhum exemplo de como se luta contra os ajustes como mostra a luta da SUN TECH e a GM de São José dos Campos não articulando as lutas para barrar as demissões e a Oposição Alternativa na APEOESP não organiza um pólo classista, anti governista e anti burocrático com a vanguarda da greve de 2015 em oposição a burocracia CUTISTA da Bebel.

Seguimos com nossa proposta de um plano de luta contra os ajustes, que parta dos setores mais atacados como as indústrias, com a esquerda cumprindo um papel decisivo em mover forças na luta de classes para que seja capaz de forçar a CUT, CTB e outras centrais maiores a romper sua adaptação a burguesia e impulsionar este plano de luta.




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