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CONTRIBUIÇÃO DO MRT PRO II SEMINÁRIO DE NEGROS | Preparar os negros para o ataque de um governo golpista

sábado 23 de abril de 2016 | Edição do dia

Este importante encontro de negras e negras acontece em um momento político de extrema importância. O último domingo foi um dos principais dias do regime político brasileiro consolidado durante a transição pactuada com a ditadura militar. Ao som de declarações absolutamente reacionárias, a oposição racista conseguiu aprovar o impeachment da presidente Dilma. Este encontro de negras e negros precisa discutir qual resposta política dará melhores condições para barrar o avanço da direita racista e os ataques do PT. Pois quem mais sofrerá os efeitos de uma direita reacionária e racistas serão os negros, as mulheres em primeiro lugar.
O que está em jogo? O circo reacionário de domingo mostrou a quem quisesse ver quem saiu ganhando. O impeachment é um golpe institucional que tem como objetivo rearranjar o governo federal de acordo com interesses de setores burgueses que querem descarregar com ainda mais violência à crise sobre as costas dos trabalhadores.
Mas para isso não querem somente que a classe trabalhadora arque com os custos “econômicos” da crise. Isso não é suficiente. Querem ainda mais repressão policial para garantir a “ordem”. E os mecanismos antidemocráticos e ilegais da Operação Lava-Jato, o carro-chefe do impeachment, são essencialmente os mesmos que garantem a “paz da bala” nas cidades e defendem os grandes proprietários rurais. A diferença é de grau.
Não é possível defender o impeachment ou qualquer política que não seja a luta frontal contra o impeachment e os ataques do PT. O custo que se paga é muito alto, pois acaba se apoiando em métodos da política e do sistema judiciário burguês.
Defender “Eleições gerais”, por exemplo, neste momento significa concretamente apoiar o processo de impeachment. O que leva a ceder espaço à direita racista. Os deputados corruptos e racistas não devem ter o direito de aparecer todo o dia nos meios de comunicação destilando seu ódio e seu racismo. Todos deste encontro sabem que o PT não governa para os negros, nem para as mulheres, para as LGBTs, nem para nenhum setor oprimido. O PT governa para a burguesia. E por governar para a burguesia, se aliava à direita. Ao mesmo tempo tratava de ser, demagogicamente, o porta-voz dos setores oprimidos – que constituem parte fundamental de sua base. Para isso o PT buscou, em seu momento, implementar medidas como o Estatuto da Igualdade Racial, a Lei de Cotas, entre outras, buscando representar demandas históricas dos negros. Através dessa combinação, serviu como uma ferramenta de contenção dos setores sociais que depositavam (e aqueles que ainda depositam) no PT essa expectativa. Apesar dessas medidas, se o PT governou para a burguesia por mais de 13 anos, hoje não hesita em rifar abertamente os direitos da classe trabalhadora para se manter no poder.
Porém, faz muita diferença como se retira o PT do poder e quem o faz. Pelo impeachment, quem se fortalece é essa direita dos discursos em nome de “Deus”, “família”, e que defende torturadores. É a direita de Cunha, que afirmou esta semana a quem quisesse ouvir que só pautará terceirização a partir da semana que vem; dos paladinos da redução da maioridade penal capitaneados por Marcos Feliciano e Bolsonaro; que tem em suas fileiras sujeitos da estirpe de Fleury, que comandou o massacre do Carandiru em 1992; é a direita de Paulo Telhada, ex-comandante da Rota; é a direita anti-cotas nas universidades. Mas também a FIESP, que defende com força a PL 4330 por supostamente “criar empregos”.
Qual a saída, então? É urgente e necessário que os sindicatos, associações estudantis, coletivos de lutadores e organizações de esquerda lutem por uma saída independente. Os sindicatos de esquerda devem ser exemplo e adotar um plano de lutas para barrar o impeachment, o avanço da direita racista e os ataques do PT. Um plano de lutas consequente dará voz às reivindicações da população negra e mostrará como uma posição de independência de classe é o único caminho para lutar contra a opressão racial. Além do benefício de evitar que a FIESP se embandeire dessa política, esse meio de combater os efeitos da crise econômica e responder à crise política traz em seu germe uma resposta de fundo aos problemas enfrentados pela população negra.
Precisamos de um plano de luta concreto com paralisações, greves, manifestações para impedir com os métodos da classe operária que os setores reacionários, racistas avancem no terreno político e possam derrotar o governo golpista que se avizinha e não podemos acreditar nesses parlamentares que governam para si mesmos e suas famílias, é necessário que a classe trabalhadora se organize, acredite nas suas próprias forças e os negros em especial embandeirados de lutar contra todas as medidas que esse “novo” governo certamente vai querer impor ao conjunto da classe trabalhadora.
Porque hoje lamentavelmente não vemos condições de falar em derrubar o governo e na cabeça das massas a única forma que conseguem ver de derrubar o governo é através de medidas bonapartistas como impeachment.
Por outro lado a CUT tem um discurso vazio de “greve geral” mas não moveu uma palha para organizar os trabalhadores e impedir que esses setores reacionários e racistas avancem pra dirigir politicamente o país, a CONLUTAS e esse encontro precisa urgentemente sair com um chamado as bases da CUT para que os trabalhadores se organizem em luta contra essa viragem reacionária que estamos vivendo. Quanto mais força conquistada na luta contra a direita racista e os ataques do PT, mais forte estará a classe trabalhadora e mais forte será a resposta de milhões de negras e negros deste país.

Lutar contra o golpe da direita e os ataques do governo golpista e do PT

Uma forte campanha pela retirada das tropas da ONU do HAITI, com um ato Nacional no dia 1 de junho, quando completam 12 anos de ocupação militar no Haiti.

Iguais direitos! Igual salário! Efetivação dos trabalhadores terceirizados sem concurso público!

Dissolução de todas as polícias! Fora polícia dos morros, universidades, escolas e favelas!

Fora as tropas do Haiti! Por uma campanha de solidariedade ativa para a Associação Social dos imigrantes Haitianos.

Cotas Já! Rumo ao fim do vestibular!




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