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Hipocrisia imperialista | Premiê Britânico ignora crise humanitária afegã e declara que pode manter relações com o Talibã

Boris Johnson, Premiê Britânico declarou hoje (20) que se possível manterão relações com o governo do Talibã. Um giro pragmático frente ao governo estabelecido dos Talibãs e que revela a total indiferença desse governo imperialista com relação aos direitos humanos no país afegão.

sexta-feira 20 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: Foto: Reprodução/Sky News

Boris Johnson, que no dia 16 havia defendido que nenhum país deveria reconhecer unilateralmente o governo talibã como legítimo, parece ter dado um giro pragmático frente ao novo governo do Talibã no Afeganistão. Em declaração hoje, o Primeiro Ministro disse que quer “assegurar às pessoas que os nossos esforços políticos e diplomáticos para encontrar uma solução para o Afeganistão, cooperando com os talibã se isso for necessário, continuarão, e o nosso empenho no Afeganistão é duradouro”.

Reino Unido formava com EUA e outros países e aliança militar que atuava no afeganistão com o pretexto de garantir a segurança do país, mas mesmo durante os 20 anos de ocupação imperialista, 90% da população caiu na pobreza extrema (renda de até 2 dólares por dia). De acordo com dados da ONU, metade das crianças afegãs com menos de 5 anos sofrem de desnutrição aguda e 18,5 milhões, quase metade da população, depende de ajuda humanitária para sobreviver.

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A declaração de Johnson deixa clara a indiferença com o consequente agravamento da condição de vida e segurança das mulheres afegãs que esperam um recrudescimento por parte do Talibã que governou violentamente contra os direitos das mulheres e as liberdades democráticas no país.

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Minimizou o desespero e morte do povo afegão que tomava as pistas de voo do aeroporto de Cabul dizendo que por lá a situação estava "ligeiramente melhor", ignorando os mortos que caíram do cargueiro americano ou dos afegãos cujos corpos foram encontrados dentro do trem de pouso da aeronave norte americana.

O talibã anunciou hoje toque de recolher na cidade de Khost frente ao segundo dia de protestos que chegaram à capital Cabul contra a tomada do poder pelo grupo fundamentalista mostrando a repulsa do povo afegão que voltou às ruas mesmo frente à repressão violenta que na quarta-feira matou 3 pessoas e feriu 12 que participavam de protestos contra o novo governo.

O Afeganistão é um país de importância estratégica na região pelas reservas minerais de metais como ouro, cobre e ferro, lítio e minerais de terras raras e petróleo, podendo conter em seu território as maiores jazidas de Lítio do mundo, um metal fundamental para a produção de semicondutores e materiais elétricos. Frente a essa riqueza depositada em solo afegão, as condições de vida da população são fatores descartáveis para Boris Johnson.

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