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TERCEIRIZAÇÃO DO ENSINO | Prefeitura do PSDB comemora criação do "Uber de professor"

domingo 23 de julho de 2017 | Edição do dia

Em Ribeirão Preto, cidade governada por Duarte Nogueira do PSDB, pode ser enviado para aprovação na Câmara um projeto apelidado de "Uber da educação" ou "Professor Delivery", um aplicativo que chama professores com até 1 hora de antecedência para lecionar cobrindo aulas em que os professores titulares estejam de licença ou tenham se ausentado ocasionalmente da aula.

A ideia garante ao município a ausência do vínculo empregatício e de diversos direitos trabalhistas, além de economizar na contratação de professores através de concursos públicos.

É a farra dos políticos sobre a terceirização irrestrita e da reforma trabalhista, atingindo diretamente a qualidade da educação e do trabalho docente, já tão sucateados e precarizados.

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Ainda que o Conselho Municipal de Educação (CNE) tenha dado parecer contrário à proposta do prefeito, recomendando apenas mais estudos sobre o projeto, ao que tudo indica, este poderá ser aprovado já no próximo semestre. A reforma trabalhista e a terceirização irrestrita garantem a legalidade do projeto, além disso oPSDB já comemora em seu site oficial a sua "grande ideia" contra a educação.

A Lei 13.429, assinada pelo golpista Michel Temer no dia 31 de março, que amplia a terceirização para todas as áreas, tem como consequência lógica a criação de cooperativas de todos os tipos, inclusive de professores. Uma categoria que já trabalha em condições extremamente desgastantes, com salários baixíssimos e que agora, junto com a reforma da previdência, reforma trabalhista e a do ensino médio, sofrerá ainda mais com o trabalho precarizado e que adoece os profissionais.

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O argumento de Suelly Villela, secretária municipal de Educação de Ribeirão Preto, para defender o "Uber da educação" é a constante falta de professores por licenças e faltas médicas.

Para os estados a saúde dos professores não importa, nem mesmo a qualidade da aula dos alunos. Ambos aspectos não são levados em conta quando se pensa projetos degradantes desse tipo.

Os professores já mostraram sua força, sendo parte importante das greves gerais apesar de seus sindicatos. No estado de SP a presidente do sindicato de professores, Bebel (PT), se abstém de dar qualquer batalha contra a terceirização de professores e a reforma trabalhista, mas não se nega a sair em defesa de Lula e sua eleição em 2018, como confirmou no ato da Av. Paulista no último dia 20.

Nós professores podemos barrar a reforma da previdência e fazer retroceder as reformas já aprovadas, como a trabalhista e a do ensino médio, e o primeiro passo para isso é lutar pela retomada dos sindicatos para as mãos dos trabalhadores, mas sem deixar de exigir que as centrais sindicais coloquem de pé imediatamente um plano de luta contra todos os absurdos planos de Temer e os golpistas contra a nossa vida.

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