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Precarização | Prefeitura de Campinas gasta mais com terceirização: efetivação sem concurso das terceirizadas já!

As trabalhadoras terceirizadas das escolas de Campinas seguem em luta contra o calote da empresa Especialy, exigindo o pagamento de seus salários e direitos. Para os governos, o trabalho terceirizado, sinônimo da precarização e do descaso, não representa qualquer “economia”. É, sim, uma forma de dividir e enfraquecer nossa classe enquanto enriquece os empresários. É preciso lutar desde já contra o calote e pela efetivação imediata e sem concurso de todas as trabalhadoras terceirizadas!

quinta-feira 10 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Esta quinta feira, 10/02 marca o segundo dia da greve das trabalhadoras terceirizadas responsáveis pela limpeza nas escolas municipais em Campinas, que hoje protagonizam um ato em frente à prefeitura pelo pagamento dos seus salários e dos seus direitos. Trabalhadoras denunciam condições precárias de trabalho além de recorrentes atrasos no pagamento de salários e vales alimentação, refeição e transporte por parte da empresa Especialy Terceirizações.

Por todo o país, condições ruins de trabalho e atrasos no pagamento são denúncias frequentes de trabalhadoras terceirizadas. Essa modalidade, na qual governos firmam contratos com empresas de prestação de serviços e repassam valores em troca de funcionários, ao invés de contratar servidores para cumprir as funções necessárias, é quase universalmente sinônimo de rebaixamento das condições de trabalho e perda de direitos.

Um discurso que frequentemente acompanha a terceirização do trabalho nos serviços públicos é o da suposta eficiência do trabalho terceirizado com relação ao funcionalismo. O congelamento dos concursos e contratações estatutárias em favor de contratos do Estado com empresas de terceirização é comumente justificado com a afirmação de que, assim, o governo conseguiria “economizar” nos gastos com os serviços prestados à população. A realidade, no entanto, mostra que nem isso é o caso.

A prefeitura de Campinas, segundo o contrato de terceirização disponibilizado pelo município na internet tem um gasto mensal de R$ 2.493.023,00 apenas com repasses para a Especialy para pagamento de pessoal. Levando em conta que são 710 trabalhadoras empregadas, isso significa um custo para a prefeitura de R $3.511,30 mensais por trabalhadora terceirizada. A contratação de terceirizados não faz desaparecer os gastos da prefeitura com pessoal - inclusive, sequer os reduz, se considerado os salários e benefícios oferecidos a servidores efetivos de qualificação similar, de acordo com o último concurso aberto pelo município.

A diferença, na verdade, reside nas condições de trabalho: na falta de estabilidade, nos recorrentes atrasos no pagamento de salários e direitos por empresas como a Especialy, e, claro, na divisão das fileiras de nossa classe em categorias diferentes - apesar de cumprirem a mesma função e serem igualmente essenciais - com diferentes sindicatos e negociações separadas, enfraquecendo a capacidade dos trabalhadores de se organizarem a lutarem conjuntamente contra os ataques e por melhores condições. Enquanto isso, Especialy e sua laia enchem os bolsos com dinheiro que a prefeitura poderia perfeitamente usar para pagar essas funcionárias se fossem efetivas, precarizando o trabalho e a vida de porções crescentes das fileiras da classe trabalhadora.

Em Campinas, como em várias cidades país afora, nas quais a Especialy igualmente dá calote em seus trabalhadores, a prefeitura é leniente com o descaso das empresas, deixando que trabalhadores passem fome enquanto se beneficia do trabalho precarizado e enriquece os empresários da terceirização. Não é uma questão de falta de dinheiro para contratar trabalhadores efetivos, trata-se de dividir e precarizar as trabalhadoras e encher os bolsos empresários.

Nós do Esquerda Diário, do Nossa Classe Educação e do grupo de mulheres Pão e Rosas sempre lutamos e seguiremos lutando, lado a lado das trabalhadoras terceirizadas, contra o calote e o descaso das empresas e governos, bem como pela imediata efetivação de todas as trabalhadoras terceirizadas, sem necessidade de concurso público ou processo seletivo, garantindo igualdade de direitos para todos, contra qualquer tentativa de dividir nossa classe e rebaixar nossas condições de trabalho e de vida em favor do lucro da empresas como a Especialy! Todo apoio à greve de trabalhadoras terceirizadas das escolas municipais de Campinas!




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