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OPINIÃO | Porque "eleições indiretas" não merecem ser chamada de "eleições" e sim de golpe?

sábado 20 de maio de 2017 | Edição do dia

Com Temer sendo investigado por corrupção passiva e obstrução à justiça, e a imprensa golpista tomando ( com mais ou menos intensidade) a dianteira pelas eleições indiretas e já postulando seus candidatos, a grave crise política pode colocar data de validade ao governo de Temer à qualquer momento, sobretudo pela dificuldade que encontrará agora para implementar as reformas, tornando-se cada dia mais inútil à burguesia que o colocou na presidência através do golpe.

A saída para os defensores da Reforma da Previdência e da Reforma Trabalhista, sejam eles do partido midiático, seja em parte a burguesia nacional infeliz com o revés que foi causado pela crise política ao seu calendário de ataques contra os trabalhadores, cada vez se desenha como aprofundamento ainda mais do golpe. Jogar a decisão para a mão dos deputados e senadores corruptos com as eleições indiretas pode ser a saída mais fácil para recolocar a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista na ordem do dia.

Segundo o Jusbrasil, Na eleição indireta a população não possui direito ao voto. Os representantes são escolhidos em um colégio eleitoral, constituído por uma assembléia fechada.

A resposta da Rede Globo a um dos maiores escândalos de corrupção da história recente do País, no qual ficou revelado que o capitalista Joesley Batista pôde comprar 1.829 políticos segundo sua própria delação, é que:

os mesmos políticos corruptos e delatados elejam o próximo presidente, sem participação direta da população, sem o voto.

Aliás, cabe lembrar que as decisões tomadas no congresso dos golpistas já não são nada democráticas pelas próprias "regras do jogo" desta democracia corrupta. A maioria destes deputados listados em inúmeras delações sequer foram eleitos pelo voto direto, e mesmo assim são cotados para decidir os rumos do país! Isto foi demostrado por pesquisa do site El País, que revelou que dos 513 deputados da Câmara, só 36 foram eleitos diretamente.

O que se desenharia neste cenário, que exigiria a saída de PSDB DEM e PPS da base do governo, seria um grande acordão pela impunidade dos corruptos, por um lado, e pela manutenção do calendário das reformas e ataques aos trabalhadores, por outro. Para tal bastaria a cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, que julga em 6 de junho, ou a o partido midiático ter artilharia suficiente para convencer a base de Temer à sair do governo forçando sua renúncia.

Por uma resposta dos trabalhadores à crise e às reformas!

Frente à um possível ou iminente golpe dentro do golpe com eleições indiretas, é totalmente progressiva exigência da participação nas eleições e que elas sejam diretas, com o sufrágio universal que sempre foi uma exceção na história política deste país, existindo pela conquista das lutas dos trabalhadores.

No entanto, é necessário ir além da mera "escolha do jogador", que é para onde partidos de conciliação com os golpistas como o PT e o PCdoB trabalham para desviar este sentimento em campanha eleitoral de Lula. Ficou claro quando a burguesia precisava de pressa nos ataques e colocou em prática o golpe institucional que colocou Temer, que a estratégia parlamentar de conciliação do PT rendeu grande derrota como todos assistimos, e o mesmo pode ocorrer novamente se nos determos na exigência de "eleições diretas" e aguardar a boa vontade das instituições burguesas em ritmo de golpe.

Por isso é urgente construir uma greve greve geral para derrubar Temer, as reformas, para que os trabalhadores não fiquem assistindo enquanto diferentes grupos burgueses decidem se Temer fica ou como sai e quem aplica os ataques. E para tal, exigir assembleias em cada em cada sindicato, das Centrais Sindicais que convocam o #OcupaBrasília em 24 M, e ao mesmo tempo impulsionar comitês de organização dos trabalhadores em cada local de trabalho e estudo.

Esta greve geral tem que colocar como alternativa a mudança radical desta democracia corrupta, elegendo representantes nas fábricas, bairros e locais de estudo para uma nova Constituinte Livre e Soberana, na qual os deputados sejam eleitos e revogáveis porque não queremos mandatos de 4 anos para o estelionato eleitoral, e que todos políticos recebam o mesmo que um trabalhador comum ao invés de enriquecer com a política.

Fusão do executivo com o legislativo e fim do Senado, a separação dos poderes só serve para a burguesia garantir que seus projetos sejam aprovados de uma ou outra maneira. Que todo juiz seja eleito e revogável por voto popular e receba igual a um trabalhador.

Esta Constituinte tem como primeira tarefa revogar todas as leis dos golpistas, assim como os ataques que Dilma já vinha aplicando antes de sofrer o golpe. Revogar todas as benesses concedidas aos capitalistas, como a imunidade concedida a Joesley para poder ir à Nova Iorque desfrutar do melhor depois de ter comprado cerca de 1.829 políticos, enquanto os trabalhadores amargam a crise e o desemprego.

Colocar a previdência sob controle dos trabalhadores e fazer com que os capitalistas, verdadeiros responsáveis pelo calote na previdência e pelo enriquecimento especulando com a Dívida Pública paguem por esta crises, avançando para uma experiência em que os trabalhadores governem a economia e o país.


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