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MORTE DE PROFISSIONAIS DA LINHA DE FRENTE | Por negligência de Bolsonaro e Governadores, 244 médicos brasileiros morreram de Covid-19

88% dos médicos mortos pelo coronavírus são homens. A maioria no momento de maior gravidade da pandemia, nos meses de abril e maio, segundo Sindicato dos Médicos de SP.

terça-feira 8 de setembro de 2020 | Edição do dia

Imagem: AP Photo/Joebeth Terriquez

O primeiro óbito aconteceu no dia 22 de março, e o último, em 2 de setembro.
A grande maioria (88%) dos médicos mortos são homens e 45% delas tinha mais de 60 anos. O estado com mais mortos são São Paulo (51) e Rio de Janeiro (40). Cada óbito é responsabilidade do governo Bolsonaro, seus aliados militares e os estados. Não foi garantido testes massivos, condições de tratamento e isolamento social. Cada uma dessas mortes poderiam ser evitadas se a principal preocupação desse governos fosse as vidas dos trabalhadores.

Um hospital não se faz só com médicos, mas com enfermeiros, agentes de saúde, limpeza, segurança e todo o pessoal que cuida da logística de funcionamento. Todos esses setores foram profundamente afetados pela negligência dos governos com a vida dos trabalhadores frente a pandemia.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e o Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN, sigla em inglês) divulgaram no final de maio um levantamento no qual o país está no topo no ranking de mortes de enfermeiros devido à pandemia. O país tem 30% dos óbitos da categoria em todo o mundo.

A cada minuto, 1 profissional da saúde é contaminado no Brasil. Até agosto, eram aproximadamente 258.190 profissionais de saúde com covid-19 e os mais atingidos são os técnicos de enfermagem com 88.898 de confirmados. Além desses profissionais, os agentes de saúde também foram confirmados e são 12.545. Entre as trabalhadoras recepcionistas de postos de saúde, são 11.097 infectadas e lamentavelmente 226 mortes já ocorrerem entre essas profissionais.

Os governadores de alguns estados pelo país, como por exemplo de São Paulo e do Rio de Janeiro, durante a pandemia tiveram divergências com a política negacionista de Bolsonaro, porém nos seus estados nenhum deles adotou medidas de fato eficazes ao combate da covid-19. Ao contrário, todos adotaram medidas de ataques aos trabalhadores e sem preocupação se estamos ou não em meio a uma pandemia.

Ficou claro que os governadores e o congresso podem ter diferenças com o governo Bolsonaro, porém isso não significa que não estejam aliados quando se trata de descarregar a crise nas costas dos trabalhador. Mais uma vez as classes ficaram muito bem demarcadas, com trabalhadores de um lado na linha de frente se enfrentando e morrendo em meio à pandemia, e do outro os capitalistas dispostos a tudo para garantirem seus lucros.

Por isso, necessitamos que os lucros se tornem condições de tratamento, EPI´s e testes massivos para que nenhum trabalhador da saúde precise morrer por descaso. Por isso, é necessário um SUS sob controle dos trabalhadores, que englobe toda a rede, inclusive a que hoje é privada. Se assim fosse, nunca o Brasil teria alcançado uma marca desumana e vergonhosa como essa.




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