×

CORONAVÍRUS RN | Por falta de testes no RN, LACEN descarta amostras de suspeitos de COVID-19 fora do grupo de risco

A situação da falta de testes no Rio Grande do Norte está significando uma tremenda subnotificação nos casos de coronavírus. Até mesmo funcionários da saúde, que tem trabalhado sem EPIs adequados, não estão sendo todos testados. Agora a subnotificação se tornou decisão política do governo de Fátima Bezerra (PT).

quarta-feira 8 de abril de 2020 | Edição do dia

O Laboratório Central Dr. Almino Fernandes lançou nota técnica afirmando que irá analisar apenas as amostras de casos suspeitos que se enquadrem em grupos de risco. Segundo a nota, apenas serão analisadas as amostras de pessoas que apresentem sintomas por mais de 7 dias e com as seguintes condições: "diabetes mellitus, hipertensão arterial, cardiopatia, doença pulmonar crônica, neoplasias malignas e gestação de risco -, pacientes com 60 anos ou mais e profissionais da saúde." Todas as demais amostras coletadas de pacientes com sintomas do COVID-19 serão descartadas sem análise.

Segundo nota do Sindsaúde-RN: “A medida é preocupante, pois vai abrir margem a uma ’cifra negra’ de óbitos, que vão ’pular’ de casos suspeitos a mortes, sem contanto ser possível apontar a confirmação do óbito ao Ministério da Saúde e fazer constar em seu atestado de óbito, pois aquela amostra foi descartada no laboratório.”

A nota sindicato ainda fez lembrar a morte de Matheus Aciole, de 23 anos, que não teria a sua amostra analisada com essa nova medida.

Ver essa foto no Instagram

Laboratório Central do RN vai descartar sem análise amostras de casos suspeitos fora dos grupos de risco de Covid-19 Nota técnica justifica descarte pela falta de testes suficientes para abarcar a demanda crescente de casos suspeitos de Coronavírus; porém, medida dará margem à uma 'cifra negra' de óbitos e subnotificações O Laboratório Central Dr. Almino Fernandes lançou nota técnica afirmando que irá analisar apenas as amostras de casos suspeitos que se enquadrem em grupos de risco. As amostras que serão analisadas pelo LACEN serão de pacientes que já se encontram com sintomas compatívels por mais de 7 dias, e que se enquadrem em alguma das tais condições: "diabetes mellitus, hipertensão arterial, cardiopatia, doença pulmonar crônica, neoplasias malignas e gestação de risco -, pacientes com 60 anos ou mais e profissionais da saúde." Todas as demais amostras de casos suspeitos que não se enquadrem nos grupos de risco serão descartadas sem análise. A medida é preocupante, pois vai abrir margem a uma 'cifra negra' de óbitos, que vão 'pular' de casos suspeitos a mortes, sem contanto ser possível apontar a confirmação do óbito ao Ministério da Saúde e fazer constar em seu atestado de óbito, pois aquela amostra foi descartada no laboratório. O Laboratório justifica a medida como uma racionalização, inevitável em um contexto que está faltando testes para suprir a demanda crescente. Então analisar as amostras do grupo de risco seria a "primeira prioridade". Todavia, todas as amostras merecem ser analisadas. Faz-se necessário lembrar de Matheus Aciole, de 23 anos - primeira vítima de Coronavírus na capital do Rio Grande do Norte. Apesar de alguns veículos da mídia falarem de "Obesidade", com esta nova ordem, Matheus viria a falecer sem que sua amostra fosse analisada. Caso não evite o descarte de amostras de casos suspeitos, o Governo do Rio Grande do Norte pode ser apontado como cúmplice nas subnotificações e na "maquiagem" dos dados, que já não são perfeitos. Tanto a sociedade, quanto o Ministério da Saúde precisam saber da verdade sobre o Coronavírus no RN. Invés de descartar testes, deveríamos caminhar pra fazer testes em massa na população.

Uma publicação compartilhada por Sindsaúde Mossoró (@sindsaudemossoro) em

No RN até agora foram disponibilizados não mais de 57 mil testes, e foram encomendados cerca de 100 mil através da UFRN. Um número completamente insuficiente que já aponta para um cenário de subnotificação. Com essa medida do LACEN, que até agora foi acatada pelo governo Fátima, veremos uma situação semelhante à de outros estados: aumento drástico de mortes por insuficiência respiratória, que não se sabe se são por coronavírus.

A própria SESAP declarou que o sistema de saúde do RN tende a colapsar em maio. Sem testes, veremos apenas covas se abrindo, sem saber daonde vem os nossos mortos por insuficiência respiratória. Frente a esse cenário apontado pelo próprio governo é chocante que as medidas anunciadas por Fátima até agora não correspondem em nada com essa previsão. Onde estão a ampliação massiva de leitos na rede pública?

Nem mesmo os trabalhadores da saúde que tiveram confirmação do coronavírus foram liberados, o que é um absurdo, que se soma ao fato de estarem na linha de frente do combate ao vírus sem EPIs adequados, e o estado ainda os obriga a seguirem no front, inclusive contaminando outras pessoas! O hospital de campanha, cuja licitação foi adiada, é completamente insuficiente, e não gera nenhuma medida permanente de para a saúde do RN. Porque não centraliza os leitos da rede privada e põe a disposição população, para que fato tenhamos um sistema único e público de saúde, constantemente ameaçado por monópolios tipo Unimed.

Essa subnotificação é favorável para expansão das nossas covas, não dos nossos leitos. O governo Fátima não toma nenhuma medida para garantir testes massivos e ampliação real dos leitos, como deveria ser a taxação de grandes fortunas do estado para arrecadar os fundos necessários, ou a cobrança da dívida de R$ 4 bilhões que empresários tem com a população do RN.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias