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MACHISMO | Por 10 anos, Universidade manipulou notas de vestibular para impedir ingresso de mulheres

Uma recente investigação realizada na Universidade de Medicina de Tóquio revelou um esquema de manipulação de notas dos exames de ingresso realizado por candidatas com o objetivo claro de limitar o acesso de mulheres ao curso de medicina.

quarta-feira 8 de agosto de 2018 | Edição do dia

Segundo as investigações a fraude durou pelo menos uma década e foi classificada pelas autoridades japonesas como um “caso muito sério” de discriminação.

O esquema foi descoberto após uma denuncia de propina que foi realizada por um ex-funcionário do alto escalão do Ministério da Educação japonês, Futoshi Sano, para que seu filho tivesse a nota do exame inflada e pudesse ingressar na instituição. Em troca a universidade teria preferência em um programa de subsidio do governo.

Segundo a investigação, diversos candidatos tiveram suas notas no exame infladas “injustamente”, em um dos casos chegando até 49 pontos. A conclusão foi que os exames foram manipulados para reduzir o número de mulheres admitidas pois os diretores da universidade acreditavam que as mulheres futuras médicas estariam mais propensas a abandonar a profissão para cuidar dos filhos.

O esquema se dava aumentando artificialmente as notas dos candidatos homens, incluindo aqueles que falharam uma ou duas vezes, enquanto a nota de todas as mulheres e homens que falharam três ou mais vezes não recebiam o mesmo tratamento. Os investigadores não souberam estimar quantas mulheres foram afetadas ao longo da década em que o esquema funcionou.

Os representantes da universidade se desculparam e pediram ao publico que considerassem as medidas que estão sendo tomadas e que podem incluir compensações financeiras, no entanto informaram que desconheciam a fraude.

Este é apenas a comprovação de mais um caso onde se expressa o machismo, onde as mulheres estão nos postos de trabalho mais precários, ganham menos salário do que os homens enfrentam a dupla ou às vezes triplas jornadas de trabalho cuidando das famílias, entre dezenas de coisas que podem ser citadas e que expressam a opressão machista da qual o sistema capitalista se apropria para dividir a classe trabalhadora.

Sigamos o exemplo das mulheres argentinas que hoje estão nas ruas lutando pelo direito ao aborto, pelo direito de decidir sobre seu próprio corpo e pela sua vida, e que esta luta possa avançar para acabar com o machismo e com o capitalismo.




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