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MEIO AMBIENTE | Poluição causou a morte de 4 milhões de pessoas no mundo em 2015

quarta-feira 15 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Socialismo ou barbárie: enquanto os cientistas discutem o quanto ainda é possível reverter da tragédia climática que se desenha, numa verdadeira corrida contra o tempo, os economistas discutem o quanto o mercado está disposto a acatar.

A superexploração do modo de produção capitalista não se restringe ao trabalho humano, a própria natureza, vista unicamente como fonte de matéria prima, é explorada até a exaustão na tentativa de suprir o apetite inesgotável do mercado. A exigência constante do crescimento econômico, equivalendo isso a desenvolvimento, do sistema capitalista impõem um ritmo predatório de produção que não pode ser condizente com qualquer tentativa de emergência de um modo de produção verdadeiramente sustentável.

Como mais uma evidência desse fato, um estudo do Instituto de Efeitos da Saúde mostrou que a poluição do ar causou mais de 4 milhões de mortes no mundo, em 2015. Os dados mostraram que os piores casos estão na China e na Índia, os dois países com mais habitantes no mundo e que também estão entre os que mais poluem.

Dois países emergentes que se recusam a assinar acordos de redução da emissão de gases poluentes, por temerem o impacto negativo que trariam em sua produção e que se sentem no direito de poluir livremente, mesmo agora em que vivenciamos alterações tão nítidas no clima mundial, dado o passado em que eram as nações centrais as que produziam e poluíam despreocupadamente.

Enquanto as nações emergentes se recusam a meter o pé no freio, tão pouco as nações desenvolvidas querem assumir o ônus de ter de bancar por uma solução para o clima ambiental, as custas de seu crescimento. Donald Trump é o exemplo disso. Com seu slogan Make America Great Again, ele obviamente vê qualquer política ambiental como um empecilho para a retomada dos Estados Unidos superpotência, e já deu declarações afirmando que o “aquecimento global é uma farsa”.

No capitalismo a produção se faz de modo tão alienado, que além do conjunto da humanidade não conseguir desfrutar de seu produto, também lhe é negado o direito de decidir os condicionantes dessa produção, como por exemplo: de que modo a natureza se insere nesse processo. Assim, por mais que se tente criar uma “economia verde” dentro do capitalismo, qualquer iniciativa nesse sentido que não seja condizente com a lógica do lucro capitalista, ou que dificulte o “desenvolvimento” de uma nação, será considerada inviável e pragmaticamente descartada.

Enquanto os cientistas discutem o quanto ainda é possível reverter da tragédia climática que se desenha, numa verdadeira corrida contra o tempo, os economistas discutem o quanto o mercado está disposto a acatar.

Leia também: Marxismo, capitalismo e devastação ambiental




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