Concluída em menos de uma semana, a investigação considerou não haver motivação política em crime que assassinou Marcelo Aloizio de Arruda, assassinado em ataque bolsonarista.
sexta-feira 15 de julho de 2022 | Edição do dia
A Polícia Civil do Paraná anunciou nesta sexta-feira (15) a conclusão do inquérito que investigou em menos de uma semana o assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda pelo policial bolsonarista Jorge Guaranho.
Jorge foi indiciado sob a suspeita de homicídio duplamente qualificado. Mas, de acordo com a polícia, o assassinato teve motivo torpe e, tecnicamente, não deve ser enquadrado como crime de ódio, político ou contra o Estado democrático de Direito, por “falta de elementos para isso”.
A polícia admite que tudo começou com uma provocação do bolsonarista seguida de discussão por questões políticas e ideológicas, mas aponta que, para enquadrá-lo como um crime político, seriam necessários requisitos para isso, como o de tentar impedir ou dificultar outra pessoa de exercer direitos políticos.
A investigação foi concluída em um curtíssimo período de tempo para que se busque imediatamente enterrar este tema que correu os quatro cantos do país, evitando assim que se aproxime ainda mais do período eleitoral.
Trata-se de uma investigação abertamente tendenciosa, parcial, injusta, que busca isentar não somente o assassino, mas todos os crimes de ódio que já aconteceram e ainda os que possam vir a acontecer, fomentados e impulsionados abertamente por uma repugnante extrema direita que tem sede de sangue. É também uma isenção ao papel que cumpre o próprio Bolsonaro e sua família, que há poucos dias comemorou o aniversário de Eduardo Bolsonaro com o bolo “temático” de uma caixa com um calibre 38 dentro, em clara alusão ao assassinato que acabara de acontecer.
Essa é uma mostra de como não se pode sequer confiar as investigações na mão de instituições reacionárias como a Polícia Civil. Somente uma investigação independente poderia comprovar os verdadeiros motivos deste crime. Devemos arrancar justiça por cada um dos crimes cometidos pela extrema direita no terreno da luta de classes, pois é a única forma que faremos efetivamente este apodrecido setor social recuar.
