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Internacional | Polícia de Macron espancou um produtor musical negro e é denunciada por vídeo brutal

Depois de uma semana do assassinato de Beto, um homem negro, pelas mãos do carrefour, na França, um produtor musical negro é espancado por 3 policiais. O ocorrido foi no último sábado (21), quando Michel Zecler chegava em um estúdio de gravação no 17º distrito de Paris. A divulgação de um vídeo nas redes sociais que mostra pelo menos três agentes espancando Michel causou enorme revolta e comoção da população, de jogadores de futebol, de ativistas e políticos de oposição. Todos denunciam o racismo e abusos da polícia francesa.

sexta-feira 27 de novembro de 2020 | Edição do dia

Foto: rfl.fr

As imagens mostram o homem sendo surrado pelos policiais. Três agentes alegaram que intervieram porque o produtor estava na rua sem máscara. Eles disseram que "foram arrastados" pela vítima para dentro do prédio. Um quarto policial, que chegou de reforço para "ajudar os colegas", é suspeito de ter jogado uma bomba de gás lacrimogêneo no estúdio de música.

Os vídeos mostram a truculência com que a polícia avançou sobre Michel, espancando-o e forçando-o a entrar na viatura em direção à delegacia. Lá, os policiais ainda abriram um inquérito contra ele para tentar criminalizá-lo, alegando "violência contra pessoa que detém autoridade pública" e "rebelião". No entanto, com o vídeo provando as mentiras dos policiais e suas ações criminosas, a procuradoria de Paris encerrou esta investigação e abriu um novo inquérito na terça-feira (24), desta vez por "violência cometida por detentores de autoridade pública" e "falsificação de BO".

As ações da polícia contra o produtor musical despertaram muitas revoltas, uma delas expressa pelo atacante Antoine Griezmann, que tuitou "Estão machucando minha França", mencionando o ministro do Interior. Samuel Umtiti, seu companheiro de equipe na seleção francesa, também compartilhou o vídeo. O atacante Mbappé descreveu a violência policial como "intolerável". "Minha França tem valores (...) Basta de racismo", tuitou o jogador do PSG.

Além disso, nessa segunda-feira (23), essa mesma polícia de Emmanuel Macron foi responsável por uma violenta operação que retirava à força imigrantes afegãos da Praça da República em Paris, destruindo seus acampamentos. Logo após isso, o que causou enorme revolta da população, que registrou a atuação truculenta da polícia, a Assembleia Nacional aprovou uma lei de Segurança Nacional que proíbe e criminaliza a filmagem e o registro de ações policiais pela população e imprensa, configurando uma clara arbitrariedade de Macron que quer que a sua polícia possa continuar esmagando os oprimidos sem preocupar-se em ter suas ações denunciadas e repudiadas pela população.

Essas ações da polícia têm causado sérias revoltas inernacionalmente, começando com a Fúria Negra nos Estados Unidos, onde multidões clamaram justiça pelo assassinato, pelas mãos da polícia, de George Floyd, contagiando o Brasil, que vai às ruas denunciando a polícia e o Carrefour assassinos que espancaram até a morte Nego Beto, um homem negro que fazia as suas compras e, agora, chegando até a França, que se revolta contra a polícia assassina que espancou e tentou encarcerar Michel Zecler.

Isso deixa claro qual o papel da polícia no Estado capitalista, o papel de esmagar e genocidar a população negra para silenciar qualquer possibilidade de rebelião, pois sabem que os que mais sofrem com esse sistema podre são os que mais lutarão para enterrá-lo. Isso, obviamente ameaça o lucro, o capital e a propriedade privada e a polícia age como verdadeiros cães de guarda da burguesia, mantendo longe das mãos da população o que é dela por direito.

Nesse contexto, as revoltas aglutinam diferentes setores da população, especialmente na França, com a participação da juventude, do movimento dos coletes amarelos, de trabalhadores, de mulheres, de minorias de gênero e da população dos bairros trabalhadores. Nesse sentido, os trabalhadores devem oferecer uma perspectiva de luta unificada para essas mobilizações espontâneas, com um plano de lutas consistente contra o governo e suas políticas. Um chamado de lutas unificadas, com Assembleias Gerais em cada local de trabalho, pode abrir caminho para mobilizações massivas contra esse Estado genocida, capitalista e racista.




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