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PRISÕES EM BELÉM-PA | Polícia Militar prende manifestantes arbitrariamente em Belém

Manifestantes em Belém foram presos pela polícia enquanto se deslocavam para o local do ato antifascista e antirracista. A região está sendo fortemente monitorada pelas forças repressivas do estado, como no bairro São Brás, onde foram contabilizados cerca de 200 agentes da polícia e da Força Nacional. Confira o vídeo abaixo.

domingo 7 de junho de 2020 | Edição do dia

Com o assassinato racista de George Floyd nos Estados Unidos, milhares de mobilizações explodiram no país, exigindo justiça e questionando fortemente o racismo intrínseco à polícia e ao capitalismo. As manifestações no coração do imperialismo têm crescido e, com efeito, se refletem ao redor do mundo, chegando a diferentes países.

Confira: Com mais de 1 milhão nas ruas dos EUA, Trump reforça operação militar na Casa Branca

Manifestações se espalham: Brasil, Londres, Berlim e Toronto em repúdio ao assassinato de George Floyd

Frente a isso, foram organizados também atos no Brasil, país que tem sua juventude negra e pobre diariamente condenada pela violência policial. Essas mobilizações antirracistas se combinam ao movimento antifascista que surge contra o crescente reacionarismo do Governo Bolsonaro, marcado por disputas internas e pela tutela dos militares,e que vem expressando uma série de elementos fascistizantes.

Todas essas mobilizações que acontecem pelo mundo se dão em meio à pandemia do covid-19, que acelerou todos os efeitos sociais da crise econômica e que tem afetado principalmente os negros e a classe trabalhadora. No Brasil, epicentro da doença, os efeitos têm se aprofundado ainda mais pelo negacionismo bolsonarista que, concomitantemente aos governadores e empresários, têm planejado uma reabertura econômica, por fora da oferta de políticas de combate à crise sanitária atual.

Diante disso, o isolamento social que já não era uma realidade para a maior parte da população, sobretudo para os setores mais precarizados, deverá ser reduzido para garantir a manutenção dos lucros do empresários, expondo ainda mais pessoas à doença.

Dessa forma, no marco da crescente violência policial e dos catastróficos efeitos da crise atual, fica evidente que a vida dos negros, dos trabalhadores, das mulheres e dos LGBTs não importam para Bolsonaro, governadores e capitalistas. Querem seguir com as ações racistas das forças repressivas do Estado e sem a oferta de políticas para combater ao coronavírus.

Nesse cenário, a ida às ruas é essencial para lutar, não somente contra o governo, mas contra o regime de conjunto, uma vez que ele tem sido o responsável pela morte de milhares negros, como Geogre Floyd e João Pedro, e que não consegue responder à crise atual, criada por ele mesmo.

A polícia tem como objetivo reprimir as manifestações, uma vez que a burguesia teme os processos de mobilização que tomam conta do mundo e que, essa instituição racista, tem apenas como objetivo a proteção da propriedade privada. Nesse marco, repudiamos a instituição policial e as ações que ela tem promovido, que se expressa pela repressão nos Estados Unidos e, também, pela prisão dos manifestantes em Belém.

Na capital do Pará, no Bairro de São Brás, cerca de 200 polícias estão no ponto de encontro do ato na região. Esses números de agentes e a prisão dos manifestantes reforçam a função dessa instituição.

Nós, do Esquerda Diário e do Quilombo Vermelho, chamamos todos para os atos que acontecerão em diferentes regiões do país. O Brasil, maior país negro fora do continente africano, precisa ser linha de frente dos processos dos processos de mobilização, a fim de lutar contra esse regime.

Levantamos também a necessidade de uma programa que tenha no seu centro a independência de classe e que consiga responder à crise atual, baseado na disponibilização de testes massivos, estatização de leitos sob controle dos trabalhadores, na reconversão industrial e na luta contra as demissões. Tudo isso, combinado à necessidade de se lutar por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para que o povo decida os rumos do país, sem que se alimente ilusões sobre o regime atual ou que se fortaleça a ala militar que sustenta Bolsonaro. O fim da polícia militar também é um elemento fundamental que se coloca, posto o papel que essa instituição cumpre.




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