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REDUÇÃO DO AUXÍLIO EMERGENCIAL | Pobreza e miséria crescem em 8,6 e 4 milhões com a redução do auxílio emergencial

Segundo o economista Daniel Duque, com a redução do auxílio emergencial, a quantidade de pessoas em situação de pobreza no Brasil aumentou em 8,6 milhões. O mesmo aconteceu, em 4 milhões, com a quantidade de pessoas em situação de miséria.

quarta-feira 2 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Jornal da USP

A redução do auxílio emergencial pela metade, de R$600 para R$300 reais, atingiu uma população que se vê assolada pela redução de renda ou desemprego. A medida do governo Bolsonaro se deu concomitantemente à alta nos alimentos, quando um pacote de 5kg de arroz chegou a custar mais de 10% do valor recebido por alguns chefes de família.

Os números levantados pelo economista Daniel Duque, pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), comprovam o impacto. Usando os dados do Pnad Covid de Outubro divulgados pelo IBGE, é possível ver que no mês em que foi suspenso o auxílio emergencial o número de pessoas em situação de pobreza era de 38,766 milhões e 5,171 milhões viviam em situação de miséria. No mês seguinte os números eram, reespectivamente, 47,395 e 9,251 milhões de pessoas.

Esses números representam 22,4% e 4,4% da população brasileira, ou seja, mais de um quarto da população vive com menos de R$28,76 por dia, ou R$891,71 por mês - valor inferior ao já baixo salário mínimo e bastante inferior à média das despesas elementares.

O quadro tende a se agravar ainda mais com o fim do auxílio emergencial, previsto para janeiro, no marco de não haver perspectivas de controle da pandemia, recuperação significativa da economia, contratações, proibição das demissões, congelamento do preço dos alimentos, etc. As MPs 927 e 936 do governo Bolsonaro, apoiadas inclusive por seus opositores permitem o aprofundamento do drama, ao mesmo tempo em que os cofres públicos seguiram disponíveis para "salvar" grandes empresas e inclusive igrejas da crise econômica.

O auxílio emergencial deveria, desde o início, ser de R$2.000, que é a renda média no país, e deveria ser mantido enquanto dure a pandemia, financiado pela taxação progressiva das grandes fortunas e pelo não pagamento da dívida pública. Junto a isso, todos os postos de trabalho deveriam ser divididos para empregar toda a mão de obra disponível sem redução salarial e com a garantia de plenos empregos.




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