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CORRUPÇÃO PRIVATIZAÇÃO PETROBRAS | Petrobras: sob a mira da corrupção, terceirização e da privatização

sexta-feira 3 de julho de 2015 | 02:43

A operação Lava-Jato está em sua 15ª fase, já são dezesseis meses de investigação e a Petrobras segue afundando no maior escandalo de corrupção noticiado no país, com cobertura midiática cotidiana. Esta semana, mais um ex-diretor foi preso pelo envolvimento no esquema. Com envolvimento de diversos partidos, com destaque para o PT mas também de inúmeros empresários, o assunto toma as páginas dos noticiários políticos, porém o quadro da crise da estatal e o avanço em sua privatização e na precarização do trabalho é muito mais amplo.

Já são centenas de milhares de pessoas afetadas pelas consequências econômicas da investigação e crise da empresa se contabilizarmos todos os trabalhadores terceirizados demitidos, ou que tem salários atrasados e benefícios cortados, e seus familiares, em todo o país. Somente nos estaleiros são mais de 20 mil demitidos desde o final do ano passado .

Por outro lado, avança em vários níveis o processo de privatização da empresa e seus recursos, um projeto que a cada dia é mais real para todos os setores da economia, mas em meio ao show da corrupção, se torna mais viável na Petrobras, com o discurso hipócrita de que a corrupção existe somente nas estatais e nos governos. Justamente quando deveria ser o contrário, já que a investigação “sem querer” explicita o quanto a terceirização e as parcerias privadas mascaram toda a corrupção inerente ao relacionamento entre empresários e seus representantes da vez nos governos.

Uma das formas de privatização é a venda de suas subsidiárias e empresas das quais detém a maior participação, como vem sendo ameaçado aos poucos no caso da Transpetro, da Liquigás e BR Distribuidora.

Foi anunciada também a venda de termoelétricas e campos de petróleo, nesse caso um processo ainda mais criminoso, pois se trata de vender ao imperialismo, à preço de banana parte importante do patrimônio nacional, que deveria pertencer aos trabalhadores.

O Esquerda Diário falou com Leandro Lanfredi, petroleiro da Transpetro em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, ele afirmou: “temos três inimigos na Petrobrás: a privatização, a terceirização e a corrupção. Por um lado, a privatização e entrega dos recursos do país às empresas estrangeiras como vimos neste vergonhoso caso de entrega de riquezas do país à Shell, de outro lado temos uma interminável terceirização dentro da Petrobrás e de serviços que Petrobrás depende, como a construção de navios, refinarias, dutos. Com a terceirização milhares de trabalhadores sofrem com piores condições de trabalho, piores contratos, menos direitos. Agora com a crise na empresa estão sendo demitidos aos milhares. Por fim temos um terceiro inimigo, a corrupção. Os indicados políticos na empresa sugam milhões, ou até mesmo bilhões da riqueza do país e agora todos nós, efetivos ou terceirizados pagamos o pato.”

O petroleiro continuou “para combater estes três inimigos precisamos superar uma oposição que existe dentro da empresa, que cada dia colocam na cabeça dos petroleiros. É uma ideia que é criada pelos sindicatos, sobretudo aqueles que apoiam a diretoria da empresa e o governo Dilma, aqueles ligados à FUP. Eles tentam nos fazer acreditar que se denunciamos a corrupção estamos fazendo o jogo da privatização. Por outro lado, se formos nos guiar pela grande mídia só falaremos da corrupção e acabaremos de braços dados com a privatização. Precisamos superar isto, ter uma terceira voz. Uma forma de fazer isto é, ao meu ver, lutando para que a empresa seja 100% estatal, que os estaleiros e outros serviços essenciais ao funcionamento da empresa sejam todos estatizados e que nós trabalhadores controlemos democraticamente toda a empresa, elegendo toda sua diretoria, gerentes e cargos de comando. Só nós trabalhadores podemos livrar a Petrobras da praga corrupção e também da ameaça da privatização, garantindo emprego e iguais condições de trabalho e direitos para os milhares de terceirizados que deveriam fazer parte da mesma empresa, porque já somos todos petroleiros.”




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