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GOVERNO BRASIL | Pela 1ª vez, Dilma não fará pronunciamento na TV no 1º de maio

A presidente Dilma Rousseff desistiu de gravar uma mensagem pelo Dia do Trabalhador para ser exibida na televisão em 1º de maio, como fez em seus primeiros quatro anos de governo.

terça-feira 28 de abril de 2015 | 01:39

"A presidenta vai dialogar com os trabalhadores, com a sociedade brasileira, pelas redes sociais. Em cadeia nacional (de rádio e TV), não. Será um diálogo por meio das redes sociais, porque é uma forma de valorizarmos outros modais de comunicação", afirmou nesta segunda-feira em entrevista coletiva o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva.

O ministro detalhou que a decisão de não transmitir a tradicional mensagem presidencial pelo Dia do Trabalhador foi tomada em reunião hoje entre os coordenadores políticos do governo e negou que tenha sido motivo pelo temor de um novo panelaço, como o registrado em 8 de março, quando Dilma fez um pronunciamento pelo Dia Internacional da Mulher.

"A presidente não teme nenhuma forma de manifestação oriunda da democracia. Mas, neste momento, consideramos que a melhor forma de comunicação são as redes sociais", ressaltou.

Esta será a primeira vez em 13 anos que um presidente brasileiro não transmite um discurso em televisão para comemorar o Dia do Trabalho. A tradição foi iniciada por Luiz Inácio Lula da Silva em 2003.

O silêncio de um mandato marcado pelo PL4330

Apesar de tentar negar, está claro para todos que a não realização do discurso na TV está ligada sim ao enorme desgaste pelo qual passa o governo do PT e os baixíssimos índices de popularidade de Dilma.

Não é só o panelaço dos bairros de classe média alta que Dilma teme rever. Um setor destes, que faz oposição pela direita ao seu governo, sairia, na verdade, para aplaudir o que a presidenta tem a dizer aos trabalhadores.

Teme mesmo o desgaste ainda maior com o conjunto da classe trabalhadora brasileira que assiste indignada o governo apoiar, através de praticamente toda a base aliada do petismo na Câmara e principalmente de seu Ministro da Fazenda Joaquim Levy (que foi a Nova Iorque informar os empresários ianques da “nova oferta” terceirizadora no Brasil), o PL 4330 – projeto aclamado pela burguesia para ampliar indiscriminadamente a terceirização do trabalho para além das atividades-meio. Os trabalhadores não esquecem que, com a cumplicidade da CUT e da CTB, foram Dilma, Lula e o PT quem garantiram, na última década, o aumento de 4 para 12 milhões do número de trabalhadores terceirizados.

A presidenta dá um recado claro de que está fechada com os cortes do ajuste fiscal, a retirada de direitos trabalhistas e o avanço da terceirização e nada mais tem a dizer aos trabalhadores, e nem o que negociar com as centrais sindicais. Até mesmo a demagogia de sempre parece estar desgastada.




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