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CORONAVÍRUS | Paulo Guedes ameaça trabalhadores: dinheiro para coronavírus só se tiver ataques

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo tem disponível R$ 120 bilhões para gastar com saúde e prevenção ao emprego e renda dos trabalhadores informais, frente ao coronavírus. Contudo, longe de significar que o ministro começou a se preocupar com a vida dos trabalhadores, pelo contrário, condicionou esse gasto à aprovação de ajustes e reformas que farão com que cada centavo seja debitado na conta dos trabalhadores.

quarta-feira 25 de março de 2020 | Edição do dia

O valor anunciado pelo ministro viria de uma economia de R$ 120 bilhões com juros da dívida interna do país. Não obstante, as reformas defendidas por Guedes estão voltadas para justamente enxugar as despesas públicas com saúde e educação, salário de servidores públicos, e outros ataques aos trabalhadores para seguir pagando a fraudulenta e ilegal dívida pública brasileira.

Disse ao Valor que quanto maior for o aumento da despesa pública este ano, em função do combate ao coronavírus, “mais responsáveis teremos que ser com a aprovação de reformas estruturantes”. Nessa segunda-feira, o Banco Central, sob orientação do ministro, destinou R$ 68 bilhões em operações de crédito aos bancos, ao mesmo tempo que redigiu a Medida Provisória implementada por Bolsonaro que possibilita a suspensão do pagamento de salários, a demissão de contaminados, banco de horas e a redução de 50% da jornada e salário dos trabalhadores. Nada garante que desses R$ 120 bilhões uma boa parte tenha o mesmo destino: os cofres dos grandes bancos.

A saúde do lucro dos acionistas, bancos internacionais e grandes empresários, está no topo da lista das preocupações do ministro, assim como de Bolsonaro e Rodrigo Maia, que podem discordar o que for da política, mas convergem em usar o coronavírus de chantagem contra os trabalhadores e o povo pobre.

Entre as reformas defendidas pelo ministro estão a PEC do Pacto Federativo, o Plano Mansueto, e a PEC emergencial, privatização do saneamento, da cabotagem e do setor elétrico do país, dentre outras. Nomes que ninguém entende o que significam, para que não suspeite do conteúdo criminoso dessas medidas.

Além da entrega para a iniciativa privada lucrar em cima de serviços essenciais, como o saneamento e a entrega da Eletrobrás para o imperialismo, esse “pacotão de PECs”, que já vinha sendo articulada antes do Coronavírus: resumidamente, buscam reduzir a jornada e salários de servidores públicos, flexibilização maior do Orçamento, quase 90% dos recursos cujas verbas obrigatórias estão os investimentos em saúde e educação.

Num contexto em que o coronavírus significa uma sentença de morte milhares de brasileiros, não pela sua letalidade, mas pela catástrofe do sistema de saúde, em que falta de trabalhadores, leitos, respiradores nos hospitais, com uma quarentena imposta sem que sequer sejam produzidos testes para toda a população, o que Guedes planeja é flagelar ainda mais a saúde pública e golpear os trabalhadores que estão na linha de frente do combate ao vírus nos postos médicos. Conclama o conjunto dos poderes a se unificarem para avançar com essas medidas que terão graves consequências para os serviços públicos e a vida da população.

Isso tudo para cumprir religiosamente a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Teto de Gastos, que organizam esses cortes nas despesas públicas para pagar uma dívida eterna, e que é a principal fonte de lucro de um bando de banqueiros e acionistas, que do “home office” nos seus palácios sugam como parasitas o dinheiro público enquanto a população cava a suas valas. Fazem do país uma “prisão suja”, defendendo cada aumento do autoritarismo estatal como “resposta” ao coronavírus, enquanto gozam dos seus estoques de álcool gel, alimentos e, para eles, não faltam testes e hospitais de excelência quando sentem os sintomas.

Nós do Esquerda Diáriodenunciamos cada medida de descaso das autoridades e empresários com a população, estando lado a lado de cada trabalhador que está lutando para garantir as condições sanitárias dos serviços que não podem ser interrompidos, lutando por licenças remuneradas para todos trabalhadores registrados, efetivos e terceirizados, e para que o governo pague uma bolsa de no mínimo um salário mínimo a todos informais a partir de deixar de pagar a dívida pública. Basta de Teto de Gastos e Lei de Responsabilidade Fiscal! Lutamos para que tenhamos testes para todos, para que as quarentenas sejam seguras para quem precisa se locomover e mais efetiva para toda a população, por leitos e respiradores para quem desenvolver sintomas, e pela unificação de todo sistema de saúde em um sistema 100% estatal controlado pelos trabalhadores.




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