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7 DE SETEMBRO | Parceria Bolsonaro-Record-SBT-Havan no 7 de Setembro: Reacionarismo acima de tudo, lucro acima de todos

Um misto de retribuição pelos serviços prestados e comprometimento com a agenda de ataques, Bolsonaro convida Luciano Hang, Silvio Santos e Edir Macedo para sua tribuna de honra do 7 de setembro. Uma parceria reacionária, em setores estratégicos, em torno do obscurantismo e de descarregar a crise sobre a classe trabalhadora.

sábado 7 de setembro de 2019 | Edição do dia

A tribuna de honra do desfile militar de 7 de setembro, normalmente reservada a outros políticos e autoridades, este ano contará com presenças inusitadas e ainda mais reacionários do que de costume. Não só por Bolsonaro, mas por seus amigos empresários convidados: o apresentador Silvio Santos, dono do SBT, o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, e o empresário Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan.

A presença desses aliados é ao mesmo tempo um misto de retribuição, pelo papel já desempenhado por cada um, e sinalização de comprometimento com a agenda reacionária para o futuro que desejam implementar para o país.

Luciano Hang, o famigerado véio da Havan, ficou conhecido por ser o mais entusiasta e desequilibrado apoiador de Bolsonaro durante as eleições, inclusive financiando milionários pacotes de envio de mensagem de campanha do candidato durante as eleições - manipulação abafada pela justiça eleitoral, parte de toda a fraude eleitoral do ano passado assegurada e protagonizada pelo judiciário golpista para eleger o herdeiro ilegítimo do golpe. Ele chegou ao cúmulo de chantagear seus funcionários para que votassem em seu candidato.

Edir Macedo foi fundamental para assegurar o enorme apoio que Bolsonaro possui na população evangélica e também dentro da bancada da Bíblia no Congresso. Além de colocar sua emissora de TV, a Record, alinhada ao presidente em sua guerra contra o restante da mídia, e principalmente a Globo. Posicionamento pelo qual já agradecido com o aumento de repasses de verba publicitária por parte do governo.

Nesse contexto das mídias, aliás, Silvio Santos tem sido o mais acionado pelo presidente e seus asseclas sempre que necessário para manipular a opinião pública. Tanto Bolsonaro quanto Moro já participaram de programas chapa branca com o próprio Sílvio ou outros apresentadores em momentos de debilidade do governo e para enganar com fake news a população em relação a nefasta reforma da previdência. Assim como Bolsonaro, Sílvio possui um longo histórico de declarações machistas e homofóbicas.

As escolhas de Bolsonaro formam uma escolha de como sua ala do golpismo se prepara para o futuro. Por outro lado, nota-se frequentemente a Globo, parte do STF, Rodrigo Maia tentando se oferecer como vozes mais sensatas, e por vezes críticas ao Bolsonarismo em alguns temas como machismo, racismo, meio-ambiente. Todos eles juntos foram peças cruciais para o golpe institucional, para a eleição de Bolsonaro, para a reforma da Previdência.

Há interesses materiais em jogo, mas também uma visão do que pode ser melhor para aumentar os lucros capitalistas: algum nível de reconhecimento de direitos das mulheres, dos LGBTS, das comunidades indigenas, algum nível controlado de desmatamento ou mais terra arrasada e reacionarismo? De um lado e de outro o objetivo é aumentar a subordinação do país aos imperialismos, aumentar a exploração.

Ao se cercar desse triunvirato reacionário em sua tribuna do 7 de setembro, Bolsonaro busca consolidar apoios chave para seu projeto de país. Na celebração da independência do país, data histórica que remete fundamentalmente a uma continuidade das elites no poder do que uma ruptura, Bolsonaro se cerca justamente de representantes simbólicos do reacionarismo do país, seja no empresariado, na religião, ou nas mídias.

A parceria Bolsonaro-Record-SBT-Havan é simbólica do projeto reacionário de obscurantismo como maneira concreta para dar base aos ataques à classe trabalhadora para assegurar o lucro dos empresários que esses setores desejam implementar.

O combate a esse projeto precisa ganhar as ruas. Neste sete setembro e com o potencial que mostram as assembleias estudantis e algumas ocupações que começam a ocorrer em universidades federais.




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