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“Para todos ali, o trabalhador é só voto”, Flavia Valle comenta o debate para o governo do MG

Flavia Valle, pré-candidata do MRT a deputada federal em Minas Gerais, criticou o conteúdo bastante à direita do debate na Band MG, ainda que com a ausência de Romeu Zema, e denunciou que as pré-candidaturas da esquerda, como a de Vanessa Portugal (PSTU) pelo Polo Socialista e Revolucionário, não foram convidadas pela emissora.

Lina HamdanMestranda em Artes Visuais na UFMG

segunda-feira 8 de agosto de 2022 | Edição do dia

Pré-candidatos ao governo de Minas Gerais que foram convidados pela Band Minas para debate no último domingo. (Imagem: Band UOL)

Ontem, 07 de agosto (domingo), ocorreu o primeiro debate em cadeia aberta entre pré-candidatos aos governos estaduais pela Band. Na maioria dos estados, a emissora não convidou pré-candidaturas de partidos de esquerda e os debates tiveram conteúdo bastante à direita, com muitos pré-candidatos se dividindo em se referir a Bolsonaro (PL) ou Lula (PT). O mesmo ocorreu em Minas Gerais, com as pré-candidatas do PSTU, da UP e do PCB não tendo sido convidadas para o debate.

O empresário Romeu Zema (Novo), atual governador do estado, não esteve presente, dizendo de última hora que estava indisposto. O debate se deu entre os pré-candidatos Alexandre Kalil (PSD), Carlos Viana (PL), Lorene Figueiredo (PSOL) e Marcus Pestana (PSDB).

Flavia Valle, pré-candidata do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) a deputada federal em Minas Gerais pelo Polo Socialista e Revolucionário, usou suas redes sociais para comentar o baixo-nível do debate entre os pré-candidatos presentes.

Flavia não poupou críticas ao atual governador, que se ausenta do debate enquanto mantém em dia seus acordos milionários com empresários no estado, que abre cada vez mais espaço para a mineração predatória, que afeta milhares de trabalhadores e o meio ambiente diariamente, enquanto o crime de Brumadinho segue impune.

Também não abriu mão de denunciar o discurso reacionário de Carlos Viana, “afilhado” de Bolsonaro, que agora tentam se colocar como defensor das mulheres. O senador acenou para sua base de policiais que pediam por reajuste a Zema no mesmo momento em que professores estaduais, uma maioria de mulheres, eram reprimidos pela própria PM a mando do governador em diversos municípios do estado. Kalil também defendeu “sentar à mesa” com os policiais, pois sabe que estes estão do seu lado para conseguir reprimir a luta dos trabalhadores, como se deu na greve municipal de Belo Horizonte, quando ainda era prefeito.

O tema da privatização, tão defendida pelo atual governador Zema, que levaria à piora dos serviços públicos, ao aumento das contas e da destruição ambiental, foi tema do debate. Somente Lorene Figueiredo se colocou contrária às privatizações, ainda que sem defender um programa anticapitalista para que os trabalhadores estejam sob o controle dos recursos do estado, a serviço de atender as demandas da população e de organizar uma transição ecológica.

O debate, de início ao fim não apresentou qualquer perspectiva nesse sentido de independência de classe, visando um programa de auto-organização dos trabalhadores pela base, para lutar por suas demandas. Kalil, do PSD, partido do centrão, que esteve junto com Bolsonaro em todas as contra-reformas anti-trabalhadores, se colocou como candidato de Lula, que mais uma vez segue a política petista de se aliar com a direita. E Lorene Figueiredo defendeu a política da maioria do PSOL de defender acriticamente a candidatura do PT, sequer questionando o próprio Kalil.

Flavia, pelo contrário, defende um programa de luta pela revogação integral de todas as reformas, em particular a trabalhista, que significou um retrocesso brutal às condições de trabalho no Brasil. E no país da fila do osso, pela unidade da luta entre empregados e desempregados, defende um programa de distribuição das horas de trabalho sem redução salarial para que todos possam trabalhar, e que o salário siga os aumentos da inflação para que não vejamos nosso poder de compra ser reduzido mês a mês.

Flavia Valle terminou sua análise do debate localizando como o grande ausente foram as lutas dos trabalhadores e do povo por moradia, por terra, contra as opressões.




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