O antigo Batalhão Especial Prisional (BEP), desativado em 2015 depois que uma juíza foi agredida em uma inspeção surpresa, está sendo reformado para receber presos pela Lava Jato que tenham ensino superior.
Isa SantosAssistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ
quinta-feira 16 de fevereiro de 2017 | Edição do dia
O Batalhão Especial Prisional (BEP), que abrigava policiais militares, ficou conhecido depois das denunciais de regalias como, churrascos em dias de jogos de futebol e domingos com direito a cerveja, entrada de eletro eletrônicos e também pela agressão a juíza que denunciou este cenário.
O BEP agora passa por uma reforma de 20 mil. para abrigar, com mais privacidade, presos como Sérgio Cabral Filho que encontra-se preso em Bangu 8, no Complexo de Gericíno. A reforma, que contará com colchões novos para as celas, visa garantir que Cabral continue com uma cela com 16 metros quadrados, mas que venha ter maior privacidade depois da transferência que ocorrerá no mês de março. Os privilégios de Cabral, porém, não se restringe ao espaço da cela dentro de um sistema carcerário que conta com a 4° maior população de acordo com dados de 2015.
Em notícia vinculada ao jornal da Band são denunciados os inúmeros privilégios concedidos durante esses três meses de prisão do ex-governador do Rio de Janeiro. Enquanto a situação da maior parte da população carcerária do país, em sua maioria jovens negros, segue sendo de celas super lotadas, falta de água, denuncia de fornecimento de quentinhas de “baixa qualidade”, Cabral (não diferente dos demais presos da Lava Jato) tem acesso a cardápio diferenciado que possui desde strogonoff a picanha.
Para a manutenção da alimentação diferenciada dos demais presos o ex-governador e os demais presos pela Lava Jato contam com o acesso a cozinha onde outros presos preparam o seu cardápio quando as encomendas, que costumam ser feita através da cantina da unidade prisional, não chegam.
Depois das denuncias o Secretario da Administração Penitenciária, coronel da PM Erir Ribeiro, declarou que a transferência dos presos para o antigo BEP se dará devido à falta de necessidade de um grande esquema de segurança para os mesmo, visto que estes não apresentam uma grande periculosidade. Ele declarou também que não há privilégios sendo garantidos para os presos da Operação Lava Jato no complexo de Bangu. Erir Ribeiro comandou por um ano a Policia Militar do Rio de Janeiro durante a gestão de Cabral como Governado do Estado.
Enquanto a população carcerária preta e pobre segue sofrendo, em sua maioria sem ser julgada, com as condições desumanas dos presídios por todo país. Enquanto situações de super lotação, como a dos presídios do Maranhão e a do próprio complexo de Bangu, seguem sendo o destinadas a maior parte dos presos do país Cabral, Eike e o conjunto dos ricos e poderosos seguem desfrutando dos seus privilégios onde quer que estejam.
