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PANDEMIA | Para especialistas, alta de mortes em SP é efeito de quarentena (nada) inteligente de Doria

Pesquisadores da USP, UNESP e UNIFESP afirmam que a flexibilização da quarentena teve efeito direto na interrupção do cenário de queda de mortes pelo novo coronavírus no Estado de São Paulo.

terça-feira 22 de setembro de 2020 | Edição do dia

(Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

A flexibilização da quarentena teve efeito direto na interrupção do cenário de queda de mortes pelo novo coronavírus no Estado de São Paulo.

O epidemiologista Eliseu Waldman, da Faculdade de Saúde Pública da USP, afirma que o processo de reabertura de alguns setores pode ter influência sobre a situação. A liberação das praias do litoral nas últimas semanas, no seu entender, foi feita sem nenhum cuidado.

Já Celso Granato, professor de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) acredita que o dado é motivo de preocupação e pode ser indicativo de aumento de casos nas próximas semanas. "As pessoas entenderam que poderia ser como antes e não é verdade. O vírus ainda circula."

O infectologista Carlos Magno Fortaleza, do Departamento de Doenças Tropicais da Medicina da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) de Botucatu e integrante do Comitê de Contingência do governo paulista, afirma que os números de mortes têm um atraso de duas a quatro semanas em relação à incidência dos casos.

Assim, atribuir a interrupção da queda ao feriado de 7 de setembro pode ser um erro por ser um evento ainda recente. "A diminuição que vimos é resultado de um equilíbrio muito instável, de pessoas que se movimentam muito e já estão imunes, e de quem fica mais em casa e não está imune. É um equilíbrio frágil", observa.

Veja também: "Cada morte por covid-19 que segue mostra que só os trabalhadores podem responder a crise", afirma Diana Assunção




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