O atual Secretário de Educação Municipal, Gabriel Chalita (PDT), deverá deixar a pasta a partir da próxima semana para cumprir atribuições na campanha à reeleição do Prefeito Haddad (PT). Chalita ocupará a função de vice-prefeito na chapa do petista.
quinta-feira 26 de maio de 2016 | Edição do dia
A Secretaria de Educação deverá ficar com a atual vice-prefeita, Nádia Campeão (PCdoB), que acumulará as funções de vice e secretária. Nádia não tem sua trajetória ligada à área educacional, formada em engenharia agrônoma, tem sua trajetória política ligada aos esportes, sendo quase desconhecida entre os educadores. Novamente a educação é relegada, desta vez em nome de arranjos políticos eleitoreiros.
Alguns educadores poderiam até entender a indicação de Chalita para o cargo de vice-prefeito na chapa de Haddad para a próxima eleição como algo positivo, um indicativo de valorização da educação por parte do prefeito. Entretanto, Chalita pouco fez pela rede de educação municipal enquanto secretário, não atendendo a demandas históricas que visam a melhoria das escolas, como a redução do número de alunos por sala, por exemplo.
Gabriel Chalita deixou o PMDB de Temer há cerca de dois meses para migrar ao PDT, podendo assim manter sua parceria com Haddad, já que o PMDB pretende lançar Marta Suplicy, ex-PT, para a prefeitura de São Paulo. Além da clara falta de ideologia e fidelidade partidária, Chalita também é investigado por suspeita de corrupção, enriquecimento ilícito e superfaturamento de contratos públicos na época em que ele foi secretário estadual da Educação, de 2002 a 2006.
As eleições municipais se aproximam e, com elas, as articulações e alianças escusas começam a serem feitas, tudo isso em nome de apoio político e da, tão falada, governabilidade. Em nível federal tivemos recentemente grande exemplo disso na composição dos ministérios do governo Temer. Até quando assistiremos atônitos a esse “jogo político” que nos torna reféns de uma casta política elitizada, branca, masculina e corrupta? Um jogo que tem seu fim em si mesmo, que visa a manutenção do poder em detrimento dos interesses sociais como a educação, por exemplo. Torna-se cada vez mais necessária e urgente uma mobilização massiva, afim de lutar pela mudança desse Regime.
