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IGREJA E ESTADO | Para agradar evangélicos, Bolsonaro quer subsidiar contas de luz de igrejas

sexta-feira 10 de janeiro de 2020 | Edição do dia

Foto: Templo de Salomão da Igreja Universal

O presidente Jair Bolsonaro quer subsidiar as contas de luz de igrejas e templos religiosos de grande porte, segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo nesta 6ª feira. Segundo o texto, uma minuta de decreto já chegou a ser redigida pelo Ministério de Minas e Energia e enviada à equipe econômica. No entanto, a ideia teria “causado forte atrito”.

Tanto a base cristã quanto seus representantes na bancada da bíblia são importantes pontos de apoio do presidente. Sendo assim, é bastante evidente a motivação do agrado aos evangélicos vindo de Bolsonaro.

No Judiciário, o presidente também já acenou para o segmento e afirmou que pretende colocar ao menos 1 ministro "terrivelmente evangélico" no STF (Supremo Tribunal Federal).

Pela minuta de decreto em estudo no governo, os templos passariam a pagar tarifas mais baratas no horário de ponta, iguais às cobradas durante o dia. O valor que deixariam de pagar, porém, não "desaparece": ele necessariamente passa a ser arcado por alhuém. Desde 2015, o Tesouro não paga qualquer subsídio no setor elétrico. Para bancar a despesa, seria preciso cortar outra de mesmo valor. Por isso, a alternativa em estudo para esse benefício é que sejam custeados por outros consumidores - tanto residenciais quanto livres, via encargo chamado Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Bolsonaro busca se apoiar nos evangélicos, tanto na base quanto na reacionária bancada da bíblia, para contrapor o enorme rechaço que desfruta em outros setores da população e sua falta de sustentação no Congresso.

Igreja e Estado deveriam ser assuntos separados. Vimos como na Bolívia o fundamentalismo religioso foi um importante componente por detrás do golpe de Estado, com a emergência de atores como Camacho e a presidente golpista Añaez, que declaram que a Bíblia chegava ao poder através deles. No Brasil, da mesma forma, crescentemente vemos a intromissão das Igrejas na política. É fundamental fortalecer uma campanha pela separação das duas esferas, em prol de um Estado verdadeiramente laico no país.




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