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LEGALIZAÇÃO DO ABORTO | Pão e Rosas luta em diversas cidades para trazer a maré verde pela legalização do aborto ao Brasil

Dia 8 é o dia da votação da legalização do aborto no Senado Argentino. Haverá atos em vários países e também em estados brasileiros. Veja as iniciativas do grupo de Mulheres Pão e Rosas e vários cantos do país para construir o ato em solidariedade às mulheres e trabalhadores Argentinos no dia 8 de agosto, dia em que será votado no Senado do país vizinho a lei da interrupção voluntária da gravidez.

quinta-feira 2 de agosto de 2018 | Edição do dia

A luta das mulheres argentinas pela legalização do aborto já se tornou um grande exemplo internacional. Na apertada votação no Congresso no último dia 16 de junho, as manifestações massivas nas ruas arrancaram uma vitória histórica, conquistando a aprovação da lei de interrupção voluntária da gravidez. No dia 8 de agosto será a vez do Senado e as manifestações no país vizinho prometem ser ainda mais massivas.

Esse é um exemplo no qual nós, mulheres e trabalhadores brasileiros, devemos nos espelhar, que nos mostra como a conquista de nossos direitos somente pode se dar a partir da luta e da organização. Se a lei que legaliza o aborto é aprovada na Argentina, isso pode significar um grande alento às mulheres que lutam em todos os países por esse direito elementar que os distintos Estados nos negam.

Nos dias 3 e 6 de agosto terá também uma audiência pública do STF em Brasília onde será discutida a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) do aborto. Achamos que todas as iniciativas são válidas no sentido de avançar na legalização do aborto no nosso país, por isso vamos participar da audiência pública e de todas as iniciativas de atos nos estados no dia 3 de agosto. Porém vemos que a ADPF é bastante limitada ao debater apenas a descriminalização do aborto e não a legalização, ou seja, as mulheres não seriam mais criminalizadas por abortar, mas seguirão tendo esse direito negado, sendo obrigadas a realizar abortos clandestinos e terminando muitas vezes mortas ou mutiladas. Além disso, não podemos ter nenhuma confiança de que esse STF reacionário vai nos dar nossos direitos sem luta.

O que nos ensinam nossas companheiras na Argentina é que somente pela luta na rua vamos conquistar nossos direitos, que devemos confiar em nossas próprias forças e que nossa luta deve ser pelo aborto livre, legal, seguro e gratuito. O grupo de mulheres Pão e Rosas Brasil acredita que o mais importante é trazer a “maré verde” para o Brasil, assim chamada em alusão aos “pañuelos” (lenços) verdes que as Argentinas usam em suas manifestações, que são símbolos da campanha pela legalização. Por isso estamos chamando atos em diversas cidades do país em solidariedade à luta de nossas companheiras argentinas no dia 8 de agosto e estamos construindo iniciativas para que possamos tomar essa campanha com toda força no nosso país.

Isso é Pão e Rosas, companheiras!

Na USP, o grupo de Mulheres Pão e Rosas está organizando junto com o Sintusp (Sindicato de Trabalhadores), o CAPPF (Centro Acadêmico de Pedagogia) e o Juntas! uma plenária de mulheres da universidade no dia 2 de agosto como forma de debater a luta e preparar a participação de estudantes, trabalhadoras e professoras da universidade no ato do dia 8 de agosto. Uma iniciativa muito importante, pois é fundamental a organização pela base nas estruturas, de forma coletiva e onde possa ser debatida a luta pela legalização do aborto que é uma luta histórica das mulheres e que principalmente os sindicatos transformaram num grande tabu e não dialogam com as trabalhadoras e trabalhadores sobre isso.

Lenço gigante no saguão da FFLCH, USP

No Rio de Janeiro, o grupo de Mulheres Pão e Rosas está construindo a plenária de mulheres da UERJ chamada pelo CASS (Centro Acadêmico de Serviço Social) no dia 2 de agosto (ver aqui o evento). Mais uma vez as mulheres do Pão e Rosas buscando quebrar esse tabu e debater dentro da universidade com estudantes e trabalhadoras, coisa que a maioria dos sindicatos e centros acadêmicos se nega a fazer.

No Metrô de São Paulo enfrentamos esse problema. Através da diretora Marília, operadora de trem e do grupo de mulheres Pão e Rosas, defendemos e conseguimos aprovar na diretoria do sindicato a participação no ato do dia 8. Porém, essa se demonstrou mais uma votação formal, já que nada de efetivo está sendo organizado pela diretoria do sindicato (que inclui PT, PCdoB, PSTU e correntes do PSOL como MES, Resistência e LS) nem pela secretaria do mulheres do sindicato para debater o tema e nem para organizar a participação no ato do dia 8. Foi levantada a proposta de fazer uma assembleia ou mesmo uma reunião menor, com iniciativas como a utilização de uma fita verde no braço em demonstração de solidariedade, mas isso sequer foi debatido pela diretoria. O que de mais efetivo foi aprovado foi uma contribuição financeira para um ônibus que vai levar para a audiência pública em Brasília, mostrando que tem mais ilusões no STF do que na luta nas ruas das mulheres e trabalhadores. Por isso, o grupo de mulheres Pão e Rosas Metrô está organizando uma roda de conversa no dia 5 com mulheres metroviárias sobre a luta pela legalização do aborto e para organizar a participação das metroviárias no ato do dia 8.

Os professores estaduais e municipais da cidade de São Paulo também se somam à construção do ato do dia 8. As professoras do grupo de mulheres Pão e Rosas estão organizando um almoço no domingo dia 5 para debater a luta pela legalização e organizar sua participação no ato.

Em Santo André, no ABC paulista, as mulheres do Pão e Rosas lutam para que as entidades se somem à construção do dia 8. Na reunião de Representantes de Escola de Santo André, através da professora Maira Machado e outros representantes de escola da região, o grupo de mulheres Pão e Rosas levou a proposta de participação dos professores no ato do dia 8, que foi aprovada. Além disso, o Pão e Rosas da UFABC marcou uma roda de conversa com os estudantes sobre a legalização do aborto e a participação no ato do dia 8.

Em Campinas-SP, também está sendo organizada pelo Pão e Rosas junto com o Coletivo de Mulheres da medicina uma roda de conversa na Unicamp para debater a luta pela legalização do aborto e o ato do dia 8, além de uma festa na universidade na próxima quinta pela legalização. Além disso, a chapa Uma Flor Nasceu na Rua, que compõe como minoria a diretora do CACH (Centro Acadêmico de Ciências Humanas), fez um chamado às entidades pela construção do ato do dia 8.

Na Unicamp

Em Belo Horizonte-MG, o grupo de mulheres Pão e Rosas está chamando a discussão “Trazer a maré verde para MG: legalizar o aborto já!”, uma roda de conversa que vai ocorrer no centro da cidade no dia 4 de agosto.

Em Natal-RN, o Pão e Rosas está organizando uma teleconferência com Guadalupe Oliverio, membro da gestão do centro acadêmico da Universidade de Buenos Aires e Tom Máscolo, militante trans e editor do Izquierdadiario na Argentina para discutir a luta pelo direito ao aborto e como trazer esse exemplo para o Brasil. Além disso, se realiza uma reunião nessa quarta da Frente pela Legalização do Aborto, na qual serão discutidas iniciativas de solidariedade no dia 8 e as mulheres do Pão e Rosas vão propor um ato na cidade.

Em Porto Alegre, RS, as trabalhadoras e estudantes do Pão e Rosas vão relizar um “panuelazo”, amarrando lencinhos simbólicos pela legalização do aborto na universidade e também em alguns locais públicos da cidade.

Venha com o Pão e Rosas! Veja os atos que acontecerão no dia 8 em algumas cidades, nos quais o Pão e Rosas estará presente com uma forte coluna:

São Paulo: https://www.facebook.com/events/1852188254865638/

Belo Horizonte: https://www.facebook.com/events/2186158341619353/

Porto Alegre: https://www.facebook.com/events/402516063607131/

João Pessoa: Na avenida Roberto Freire, dia 8, às 17h

Rio de Janeiro: https://www.facebook.com/events/258505874740448/




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