Allan CostaMilitante do Grupo de Negros Quilombo Vermelho - Luta negra anticapitalista
segunda-feira 18 de janeiro de 2016 | 23:07
No final da tarde de ontem (18) um grupo de estudantes secundaristas, universitários e professores da região norte de São Paulo realizou uma panfletagem no terminal de ônibus Cachoeirinha, um dos mais importantes da cidade, contra o aumento da tarifa do transporte público, que foi de R$3,50 para R$3,80 no início deste ano.
A atividade tinha como objetivo conscientizar e chamar a população para lutar contra o aumento e durante a panfletagem ficou claro como a questão do transporte é sensível para todos os trabalhadores.
Daniela Donato, bancária e usuária do transporte público que passava pelo local, fez questão de apoiar o ato e declarou ao Esquerda Diário: “Realmente a tarifa está muito alta. O trabalhador já tem vários impostos, né? Várias outras obrigações... Então são R$3,80 por um transporte que demora, que está sucateado... Tem que protestar mesmo! Tem que ir na rua, fazer passeata! Porque quem está lá nos altos escalões só anda de carro ou helicóptero, não é um trabalhador! Então tem que protestar!”
Apesar de ser uma simples panfletagem, a Polícia Militar esteve presente no local através de sua “Força Tática” para ameaçar os participantes do ato, dizendo que se houvesse corte de ruas, ou mesmo um se o número de manifestantes aumentasse, a ordem era para “descer a porrada e prender”. Disseram ainda que “ali não era a Av. Paulista” e que “Aqui o comando é diferente, as leis é a gente que faz!”. Mais um claro exemplo para nos fazer lembrar como age a polícia mais assassina do mundo pelas periferias das cidades.
As panfletagens e os “trancaços” de terminais têm sido uma importante tática contra o aumento em 2016 desde o começo dos atos contra a tarifa, muitos deles já ocorreram e demonstram um acertado caminho de luta. Apesar de corretos, como já declaramos anteriormente no Esquerda Diário, para que de fato possamos fazer como em Junho 2013 e vencer o aumento das tarifas de ônibus e metrô, é necessário que haja a mais ampla democracia de base na organização dos atos para que se massifiquem e se tornem uma poderosa voz contra as máfias dos transportes e os governos.
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