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ELEIÇÃO NA ALERJ | PT e PCdoB apoiaram eleição do golpista Jorge Picciani

Na eleição ocorrida nesta quarta-feira, 01, para a presidência da ALERJ, Jorge Picciani (PMDB) contou com o apoio das bancadas do PT e PCdoB para se reeleger ao cargo. Ele é responsável por levar adiante a votação do pacote de ataques articulado entre Pezão e Temer e considera a CEDAE o "capital" que o estado do Rio tem para oferecer em troca.

quinta-feira 2 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Foram 64 votos para Picciani na eleição, que concorria com chapa única. Os únicos a votarem contrários à sua eleição foram a bancada do PSOL, composta por cinco deputados, e Dr. Julianelli, da Rede.

A bancada do PT é composta por 4 deputados, e a do PCdoB por 1. Tal como nas eleições à presidência do Senado, em que apoiaram a eleição do PMDBista Eunício de Oliveira, empresário citado na Lava-Jato e homem de confiança de Temer, na eleição da ALERJ o PT e o PCdoB deixaram de lado sua retórica contra o golpe institucional que derrubou Dilma e colocaram na mesa todo seu pragmatismo político, completamente adaptado às regras do podre jogo político dos capitalistas.

É mais uma amostra de que a luta contra o golpe do PT e PCdoB não vai além de um discurso para tentar se localizar melhor como oposição e recuperar, ainda que seja uma mínima parte, da imensa derrota eleitoral que sofreram em 2016.

O apoio a Picciani não é "gratuito", claro: PT garantiu com isso o cargo do deputado Ceciliano na mesa diretora da ALERJ. Com isso, poderá garantir melhor as manobras parlamentares que convenham para o partido eleitoralmente.

Toda essa negociação espúria e o vale-tudo por cargos está muito distante, é claro, da luta que protagonizavam os servidores públicos do Rio do lado de fora da ALERJ no momento da eleição. Desse combate, só chegava ao plenário o cheiro de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, e o barulho das bombas que a polícia de Pezão soltava para garantir a "normalidade" do "processo democrático" da eleição de Picciani.

Assim, PT e PCdoB mais uma vez foram o pilar de sustentação dos ataques que já sofrem os trabalhadores e o povo pobre do Rio, e também os que estão por vir. Aos salários atrasados e parcelados, ao desmonte que hoje ameaça a UERJ de fechamento, somam-se as medidas do acordo firmado por Pezão e Temer, colegas de partido e de golpe de Picciani, e que precisam ainda ser aprovados na ALERJ.

O fracasso da votação do primeiro pacote proposto por Pezão no ano passado foi em decorrência da luta dos servidores, e Picciani foi questionado em entrevista porque o pacote seria aprovado dessa vez, se no ano passado os parlamentares, frente à pressão dos trabalhadores, se viram obrigados a rejeitá-lo. A resposta de Picciani é que não havia garantia antes de que o pacote salvaria o estado, e que o acordo de Temer com Pezão foi "coisa de pai para filho". Ele afirmou que "As ações da Cedae são o ativo que temos para dar como garantia e salvar o estado. Sem isso, não tem empréstimo, nem plano, nem salário."

Uma verdadeira chantagem com os servidores, por um acordo que simplesmente suspende o pagamento da dívida pública por até três anos, e concede um empréstimo que aumentará ela. Depois, voltará ao normal o pagamento de juros e amortizações que enchem o bolso dos capitalistas a custo do dinheiro público. PT e PCdoB assinam embaixo desse tipo de medida, apoiando a eleição de Picciani, o responsável por levar adiante a votação do pacote.

Para esses partidos, não há nenhuma perspectiva de, como defendemos, se apoiar na luta independente dos trabalhadores para se contrapor à política suja dos golpistas e dos empresários. Tudo se trata de uma forma de disputar algum espaço no jogo de cartas marcadas dos patrões.




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