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PT E LULA | PT clama por "união burguesa" pra defender Lula

O PT vai começar a exibir no site do partido os três programas que passará em rede de televisão e rádio a partir de segunda-feira.

terça-feira 2 de fevereiro de 2016 | 01:00

Em cada programa, que contém 30 segundos, o partido clama por ‘’união’’ para vencer a crise econômica e política no país. Um quarto programa vai ser dedicado em defesa do expresidente Lula, em que o presidente do partido Rui Falcão falará que Lula sempre foi ‘’alvo de ataques, provocações e perseguições pelos os preconceituosos de sempre’’.

Os vídeos são marcados por chamados como "é hora de ajudar o país, não ficar brigando por poder". "Eles não aceitam que Lula continue morando no coração de nosso povo", diz Falcão. Por motivos óbvios deixou de mencionar que Lula mora também nos ajustes que se abatem sobre "o nosso povo".

Esta vai ser uma resposta nacional que o partido vai dar para defender o Lula das ultimas acusações da ‘’nova fase da Lava Jato’’ que teria sido envolvido com um esquema de lavagem de dinheiro com negócios imobiliários pela empreiteira OAS.

O apelo do PT nesta propaganda que fará em rede nacional tem como objetivo principal manter a unidade burguesa em torno dos ajustes, com um tom semelhante ao de Michel Temer, que em setembro do ano passado encabeçou as peças publicitárias do PMDB que mostravam o partido como o principal paladino pela "união nacional" por cima de qualquer governo. Com isto tenta recuperar a imagem do Lula como uma figura central para a democracia burguesa, que trabalha para que os ajustes neoliberais passem enquanto sua corrupta burocracia sindical (CUT, CTB) contém o movimento operário em cada fábrica e isola cada luta de resistência até a asfixia.

Está claro que a oposição burguesa tenta desgastar mais o PT colocando Lula no centro da cena, prevendo ser esta uma boa oportunidade para, em caso de que continue enfraquecida a campanha pelo impeachment de Dilma, derrotar fragorosamente o PT nas eleições municipais deste ano, e com isso inscrever o Brasil na dinâmica do giro à direita na superestrutura latinoamericana, depois de Macri na Argentina e a oposição na Assembleia Nacional na Venezuela.

Os trabalhadores tem que se organizar de maneira independente de qualquer ala da burguesia - e, por conseguinte, das burocracias sindicais que levam os trabalhadores a apoiar alguma das variantes patronais - para poder responder a atual crise econômica e política que o país passa. É preciso coordenar um amplo movimento nacional contra os ajustes e as demissões, como ocorre no setor da indústria. Este movimento tem de ser articulado em base à resistência aos ataques capitalistas, em exigência às burocracias sindicais que saiam de sua paralisia completa e convoquem um plano de luta unificado em todo o país.

Esta campanha tem de partir obrigatoriamente das centrais sindicais antigovernistas, principalmente da CSP-Conlutas, que tem a tarefa de se dirigir às bases da CUT, CTB e Força Sindical e mostrar uma alternativa ao movimento operário nacional na batalha contra as 517 demissões na GM de São José dos Campos. Os deputados, senadores e juízes, altos funcionários de estado que aprovam os ajustes e que cortam o orçamento público deixando setores como o da saúde em calamidade durante a crise do vírus zika não podem manter seus privilégios: devem ganhar o mesmo salário de um trabalhador e devem ser revogáveis a cada dois anos, e os juízes devem ser igualmente eleitos e revogáveis. O teor antiburguês e anticapitalista de uma Assembleia Constituinte com este programa deve se apoiar na mobilização de massas para colocar abaixo o regime de 1988 e caminhar para a conquista revolucionária de um governo dos trabalhadores.




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