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ELEIÇÕES ESTUDANTIS | PSTU apoia mais do mesmo nas eleições do DCE UNICAMP

Nessa quarta, 25, o PSTU, através do “Pra Fazer Diferente”, coletivo que impulsiona, lançou sua opinião sobre as eleições do DCE da UNICAMP e dispôs seu apoio à chapa impulsionada por militantes que conformam a Oposição de Esquerda da UNE, os coletivos Domínio Público e Juntos, os mesmos coletivos que estiveram nas gestões anteriores à tomada do DCE pela UJS (PCdoB) no ano passado. O que o PSTU conscientemente não cita em sua nota é a existência de uma única chapa antigovernista que debate a necessidade de construir um novo movimento estudantil e é parte da ANEL, impulsionada por militantes da Juventude ÀS RUAS.

quinta-feira 26 de novembro de 2015 | 15:37

A nota divulgada pelo PSTU, ao contrário da sua argumentação, por um novo movimento estudantil, combativo e democrático, na verdade demarca uma posição oportunista. O texto sintetiza a essência do que foi sua prática política ao longo dos últimos anos: de testemunha, impotente na organização dos estudantes para combater o governismo dentro da universidade e em se ligar aos processos mais avançados que estão ainda “do lado de fora”.

Aqueles que conseguirem chegar ao final da nota quilométrica escrita pelo PSTU verão que nela existem muitas contradições e poderão se perguntar: Para que tantos parágrafos analíticos sobre a conjuntura nacional, a necessidade de combater os ataques desferidos pelo governo do PT e os setores conservadores aos quais este deu espaço, se o que defendem é justamente se ligar aos setores da esquerda que estão deliberadamente construindo com os governistas, para poupar o governo do PT, a Frente do Povo Sem Medo? Como combater o governismo e violência da UJS-UNE e construir um movimento estudantil democrático se o que o PSTU defende como saída é se ligar ao coletivo Domínio Público, que o próprio PSTU listou os exemplos de burocratismo e paralisia nos 14 anos de direção no DCE da UNICAMP, e estes foram os responsáveis por entregar a entidade para o governismo no ano passado? Se é verdade que o PSTU não lançou chapa ao DCE porque priorizou as entidades de base “para fortalecer, pela base dos cursos, um movimento estudantil que precisa urgente se democratizar” se sequer cita na nota a principal entidade de base democrática que construiu uma forte oposição à UJS nesse ano, o Centro Acadêmico das Ciências Humanas, CACH, que articulou todos os exemplos citados de organização e luta dos estudantes e ao qual o PSTU se intitulou “oposição”? Por que não dizem que abandonaram as eleições do Centro Acadêmico da Pedagogia e que, não por um acaso, foram derrotados nas eleições do Centro Acadêmico dos estudantes do ProFis após um importante processo de luta e que no CACH a sua “vitória” de maioria na gestão proporcional dependeu da sua unidade com o mesmo PSOL que critica por anos de burocratismo no DCE? Porque reivindicam a proporcionalidade se escondem essa conquista no CACH e que votaram isoladamente contra? Como defendem um avanço do movimento estudantil se a “unidade da esquerda” que defendem tem por base acordos eleitorais e não é embasada na discussão de ideias e programa para avançar a organização dos estudantes? Como estão dispostos a construir um movimento estudantil à altura dos processos avançados de luta que estão fora da universidade se querem combater um coletivo que atua com esse objetivo, a Juventude ÀS RUAS, além de construir e levar nas eleições o programa da ANEL?

Todas essas contradições só evidenciam quão distante o PSTU está de ser um fator de transformação do movimento estudantil, afinal prega de sua confortável cadeira de crítico apenas mais do mesmo. E não é por acaso que não cita a presença do CACH e nem da Juventude ÀS RUAS nessa nota em que tentam fazer uma auto-epopeia, pois, os exemplos de organização, discussões e lutas que começamos a construir junto aos estudantes do IFCH e UNICAMP se opõem pelo vértice aos vícios burocráticos e monolíticos que o PSTU e outras organizações de esquerda, como o Juntos e Domínio Público, mantém nas entidades estudantis- O DCE da USP é um grande exemplo, onde o PSTU, unificado com o Juntos, deixa de lado sua “batalha” pela proporcionalidade e toda a energia das dezenas de escolas ocupadas não encontra apoio ativo para o seu fortalecimento.

A escolha do PSTU nessas eleições, a justificativa de apoio a um “mal menor” frente ao governismo da UJS só ratifica seu abstencionismo ao longo do ano na UNICAMP, onde foram oposição passiva ao governismo. Enquanto ficou passivo diante dos defensores da reitoria, de Dilma e do PT, apenas como bons críticos, se intitularam uma “oposição” à Juventude ÀS RUAS no CACH, se abstendo inclusive de construir com os estudantes do IFCH ações como a organização de um abaixo-assinado com mais de 400 assinaturas por uma das duas assembleias gerais citadas na nota.

Ao contrário de buscar unificar os setores antigovernistas que dão exemplos de luta dentro da universidade, para que estes exemplos se ampliem, preferem fortalecer os àqueles que escolhem blindar o governo, mesmo se isso lhes colocam contra membros da ANEL. São exatamente concepções oportunistas e descoladas dos estudantes como essa que é urgente combater. Esse é um passo importante para emergir um novo movimento estudantil capaz de apaixonar os estudantes universitários na luta por outro projeto de universidade e de educação, aprendendo com os estudantes secundaristas que estão dando exemplo, num profundo sentimento antiburocrático e combativo, que ocupa escolas e é um potencial de unificar os movimentos em defesa da educação para derrotar os governos de Alckmin e Dilma.




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