×

PRIVILÉGIOS | PSL será o principal privilegiado pelo aumento do Fundo Eleitoral

Nesse segundo semestre, os deputados já discutem o fundo eleitoral para as eleições de 2020 para prefeitos e vereadores, e ao que tudo indica será o maior financiamento público de campanha da história, podendo ultrapassar o valor de 5 bilhões de reais. Também sairá dos cofres públicos 928 milhões de Fundo Partidário. O principal privilegiado será, sem dúvidas, o PSL.

segunda-feira 22 de julho de 2019 | Edição do dia

Desde sua criação em 1998 até as eleições de 2018, o PSL de Jair Bolsonaro se manteve enquanto um partido minúsculo sem expressão. Após uma das eleições mais manipuladas da história, com a prisão arbitrária de Lula, os escândalos das “Fake News”, os avanços do autoritarismo do judiciário nas eleições, e a tutela dos militares com as ações da Lava Jato, do TSE e do STF durante as eleições (tudo isso fortemente denunciado por nós do Esquerda Diário e que agora veio à tona com a “VazaJato”), esse partido conseguiu eleger a segunda maior bancada do Congresso, com 52 parlamentares.

Meses depois, com apenas dois meses de governo, foi descoberto que o partido de Bolsonaro estava inserido em um grande esquema de candidaturas “laranjas”, desvios de verbas e lavagem de dinheiro. Aqueles que se elegeram em nome de acabar com a “velha política”, na verdade só se aparelharam do Estado para perpetuar e aprofundar ainda mais a desigualdade e os privilégios, jogando a crise de vez nas costas dos trabalhadores. A reforma da previdência foi aprovada com toda uma articulação do governo de Bolsonaro, o Centrão e o STF e ainda uma gigantesca quantia de 4 bilhões de reais liberada por Bolsonaro (que se aposentou aos 33 anos e se encaminha para sua terceira aposentadoria) para os deputados que votassem pela reforma.

Agora, nesse segundo semestre, os deputados discutem já o fundo eleitoral para as eleições de 2020 para prefeitos e vereadores, e ao que tudo indica será o maior financiamento público de campanha da história, podendo ultrapassar o valor de 5 bilhões de reais, segundo informações do Jornal Folha de SP. Isso se o Congresso aprovar neste segundo semestre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e, depois, na do Orçamento para o ano que vem, o valor de R$ 3,7 bilhões para o fundo eleitoral —que em 2018 foi de R$ 1,7 bilhão. A medida conta com a simpatia de ninguém menos do que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

E além do fundo eleitoral, sairão dos cofres públicos também verbas do fundo partidário —superior aos R$ 928 milhões deste ano—, além de deixarem de entrar no caixa da União impostos de emissoras de TV e rádio devido à isenção fiscal pela veiculação da propaganda eleitoral —algo em torno de R$ 1 bilhão.

O PSL, como tem a segunda maior bancada do Congresso, terá um financiamento de 480 milhões em 2020, crescimento de mais de 2000% em relação ao ano de 2018.

Como denunciamos neste artigo, os gastos com privilégios políticos só aumentaram no governo do reacionário de extrema-direita Jair Bolsonaro, aumentando 16% em relação aos últimos 4 anos, entre viagens ao exterior e restaurantes caríssimos, enquanto 5 milhões de brasileiros estão em estado de desnutrição e 15 morrem por dia de fome no país que só Bolsonaro “não vê”, ou melhor, não quer ver.

É o mesmo país em que conselheiros e auditores ganham mais de 40 mil reais por mês, como mostra essa reportagem, ultrapassando o teto definido pela Constituição. É uma pequena casta de sangue-sugas que não são eleitos por ninguém, que mantém salários absurdos, enquanto metade da população brasileira vive com menos de um salário mínimo. E para manter estes privilégios, os políticos são fieis aos capitalistas em garantir sua sede de lucro em detrimento de nossas vidas. Trocam nosso direito a previdência, a educação pública, a saúde nacionalizada e outros tantos direitos para aumentar sua taxa de exploração e assim enriquecer ainda mais sob as nossas custas.

Por isso que nós do MRT defendemos que os juízes deveriam de imediato serem eleitos para seus cargos e ter revogabilidade também garantida. Para combater os altos salários e benefícios que nenhum outro trabalhador tem, todo juiz deveria ganhar o mesmo salário de uma professora da rede pública.

Estes dados mostram que é uma mentira quando Bolsonaro se posa como a cara da nova política que iria acabar com os privilégios que ele mesmo criticava em sua campanha e agora usa, abusa e perpetua esses privilégios. São os mesmos que escravizam a classe trabalhadora para que essa pague pela crise, são os mesmos que garantem que os capitalistas lucrem cada vez mais às nossas custas.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias