sexta-feira 17 de abril de 2015 | 00:00
A oposição tucana solicitou nesta quinta-feira, de maneira formal, a abertura de uma CPI para investigar os negócios do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o principal órgão de fomento ao desenvolvimento do governo, por seus supostos nexos com a corrupção na Petrobras.
O pedido, apresentado pelo PSDB, teve apoio de deputados de outros partidos e inclusive de alguns parlamentares da base governista.
A intenção do PSDB é investigar os empréstimos dados pelo BNDES a empresas envolvidas no escândalo de corrupção na Petrobras, assim como negócios dessas mesmas companhias que o banco financiou em outros países, entre os quais citou Venezuela, Cuba e Angola.
O PSDB protocolou o pedido depois de o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, declarar na CPI da Petrobras e negar que tenha havido algo ilícito nos empréstimos dados pela instituição a empresas que estão ligadas ao escândalo.
A solicitação, assinada por 199 dos 513 deputados, deverá ser analisada pela Mesa Diretora da Câmara, que decidirá sobre o assunto nos próximos dias.
O PSDB alega que devem ser investigadas as operações do BNDES desde 2003, quando Lula assumiu a presidência.
De acordo com dados recolhidos pelo PDSB, nos últimos anos o BNDES aprovou empréstimos que somam US$ 2,4 bilhões (US$ 800 milhões no câmbio de hoje) para empresas que são investigadas no escândalo da Petrobras.
Além do PSDB, assinaram o pedido PPS, DEM e PSB.
O BNDES, criado em 1952, é o maior banco público de fomento do país e, segundo seus próprios balanços, ano passado financiou projetos por um valor de US$ 187,8 bilhões (US$ 62,6 bilhões no câmbio atual). No entanto, a população não tem qualquer controle sobre os rumos dos investimentos, ou sobre quem dirige o BNDES, uma vez que não há sequer eleições para os presidentes de empresas estatais. O pedido de CPI é a partir de 2003, porém o BNDES já esteve no centro de escândalos no próprio governo do PSDB, quando foi utilizado para acelerar privatizações, como no caso das Telecomunicações.
A campanha de transparência por parte da oposição, só pode ser demagógica, uma vez que nenhum setor dos empresários e de seus partidos quer, ou pode, revelar a profundidade de seus negócios,os segredos de suas ligações com o BNDES e outros órgãos de Estado, seja no governo que for. Estes segredos são de Estado e não de governo, tocam nos pilares da elite brasileira, e só poderão ser conhecidos profundamente a partir do controle dos trabalhadores sobre este poderoso banco utilizado para enriquecimento maior dos que já são bilionários.
