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IMPUNIDADE | PM que matou Douglas, do caso "por que o senhor atirou em mim", é absolvido por colegas militares

terça-feira 6 de dezembro de 2016 | Edição do dia

A escandalosa sentença de militares absolvendo PM assassina mostra mais uma vez como é necessário impor que todo julgamento seja feito por júri popular como defende o Esquerda Diário. Esse novo caso de impunidade policial aconteceu mediante "extenso" julgamento que durou somente dez minutos. Reproduzimos abaixo parte da notícia veiculada pela Ponte Jornalismo.

Justiça Militar aceitou versão do PM Luciano Pinheiro Bispo de que arma disparou por acidente

O Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo absolveu o policial militar Luciano Pinheiro Bispo pela morte do estudante Douglas Martins Rodrigues, assassinado quando tinha 17 anos. O caso aconteceu no Jardim Brasil, na zona norte de São Paulo, em 28 de outubro de 2013. A decisão foi divulgada nesta noite pela 3ª Auditoria Militar Estadual.

Após abordagem, Douglas foi atingido por um disparo, apontado por Bispo como acidental. As últimas palavras do menino, “Por que o senhor atirou em mim?“, viraram símbolo nos protestos pedindo o fim do extermínio de jovens negros nas periferias.

Segundo a decisão do juiz, faltam provas para determinar a intenção do policial em atirar intencionalmente e assassinar Douglas. Um armeiro prestou depoimento e apontou haver problema na arma usada neste caso, sendo preciso apenas “um chacoalhão” para ela disparar.

“O juiz chegou à conclusão que não tem provas suficientes para condená-lo. Estava marcado para 17h, deu 17h10… Foi rápido. Da mesma maneira que levaram vida meu filho, em cinco minutos, foi dada a noticia. Tenho até cinco dias para recorrer e falei para o advogado que vou recorrer”, explica a mãe de Douglas, Rossana Martins de Souza Rodrigues, de 46 anos, à Ponte.

O crime foi julgado na Justiça Militar por ter sido considerado homicídio culposo (sem intenção de matar). A Constituição, no artigo 5º, restringe a competência do tribunal do júri para os crimes dolosos (com intenção) contra a vida.

“A reação que tive na hora, o sentimento, foi o mesmo choque de quando recebi a notícia de que alguém atirou no meu filho. Desespero”, disse a mãe do menino.




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