Marcos Chagas foi procurado por um policial que exigiu mudanças no ato contra Bolsonaro na cidade no dia 7 de setembro.
sexta-feira 3 de setembro de 2021 | Edição do dia
Foto: Reprodução
Na última quinta-feira (2), Marcos Rogério Jesus Chagas, coordenador da subsede da Apeoesp Bauru, foi visitado por um capitão da polícia militar, identificado como Thiago, para exigir que Marcos alterasse ou desmarcasse o ato previsto para o dia 7. Chegando primeiro em sua residência, o policial encontrou somente a esposa de Marcos e disse que estava ali para solicitar o adiamento ou cancelamento do ato. Após saber que ele não estava em casa, perguntou onde estaria e horário de retorno à residência.
Depois disso, o PM foi até a escola onde Marcos é professor, solicitando que o retirassem da sala para uma conversa.
Quando atendido por Marcos, o policial pediu o cancelamento do ato, depois, exigiu alteração da data. Marcos tentou explicar, ainda, que isso não dependia dele, pois o ato é organizado por diversas entidades, e não por ele. O policial deu um prazo máximo de até o meio-dia de quinta-feira para que fosse alterado.
O capitão ainda chegou a cometer um ato falho, quando em conversa com a esposa de Marcos, citando que o ato não poderia acontecer no dia porque “a gente” (polícia) está organizando um ato. Após isso, se corrigindo, citando que a polícia apenas acompanharia o ato.
Marcos foi informado pelo PM que foi identificado como organizador do ato devido à um trabalho de inteligência da polícia militar.
O repugnante episódio é a mais clara face autoritária, perseguidora e violenta da polícia, em especial sob o governo Bolsonaro, do qual são cães de guarda, atualmente. Em um momento extremamente reacionário, a polícia se coloca como braço armado da ideologia de Bolsonaro e das classes dominantes, numa escalada exponencial da repressão em todo o país, sobretudo, contra os movimentos sociais.
