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POLICIAL ACUSADO É COLOCADO EM CHEFIA | PM acusado de encobrir execuções é novo chefe de “controle” das UPPs

sexta-feira 24 de novembro de 2017 | Edição do dia

A impunidade policial é um lugar comum em uma instituição que é estruturalmente racista e assassina, e que não pode ser de outro jeito. O caso do major Alexandre Frugoni é um símbolo disso.

Ele era comandante da UPP do Caju, e usava seu posto para encobrir execuções policiais, disfarçando-as como "autos de resistência", ou seja, um suposto assassinato durante um conflito entre policiais e criminosos.

Como é denunciado exaustivamente em nosso país, os autos de resistência são a garantia da impunidade dos policiais que matam indiscriminadamente nos morros e periferias. No caso do major Frugoni, eram utilizadas armas e drogas, que eram mantidas na própria UPP, para forjar os flagrantes e os confrontos com traficantes, quando na verdade se tratavam de execuções sumárias feitas pela polícia a seu bel prazer.

Foi encontrado na UPP do Caju 67 pinos de cocaína e 11 tabletes de maconha encontrados no teto do alojamento da unidade, 165 tabletes de maconha encontrados num armário e pistolas com a numeração raspada. Esse material era plantado e utilizado para encobrir os assassinatos dos PMs. Além desse material, no gabinete de Frugoni, agentes da Corregedoria apreenderam uma pistola Glock com a numeração raspada e quatro carregadores, além de munição que não é da PM.

Mesmo com essa farta evidência de que Frugoni era o chefe das execuções praticadas cotidianamente pelos policiais da UPP, o major foi liberado da cadeira pela juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria Militar. A impunidade já tinha sido decretada. Em sua decisão de libertar o PM, a juíza alegou: “o acusado apresenta ilibada folha de antecedentes criminais, demonstrando que sua liberdade não representa qualquer risco ao regular desenvolvimento do processo, não se mostrando factível eventual reiteração delitiva. O militar já foi afastado de suas funções na Unidade de Polícia Pacificadora, não sendo necessário, por ora, a decretação de medida mais gravosa para interromper o ciclo criminoso e resguardar a tranquilidade pública".

Mas não foi apenas isso: após ser solto, Frugoni foi alocado na escala de chefes do Centro de Comando e Controle das UPPs, ou seja, um cargo de mando e responsabilidade à frente das unidades. É evidente que o caso de Frugoni não é nenhuma exceção, mas sim a regra de como funcionam as UPPs e a polícia em geral, como vemos todos os dias e em casos que ganharam notoriedade, como os de Cláudia, Amarildo, DG e Rafael Braga. Como disseram os racionais, "recebe o mérito a farda que pratica o mal".




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