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PORTO ALEGRE | Os próprios rodoviários devem decidir sobre o funcionamento do transporte e segurança

segunda-feira 23 de março de 2020 | Edição do dia

A prefeitura de Porto Alegre e as empresas de transporte continuam obrigando os trabalhadores rodoviários a seguir as corridas sem as medidas de higiene e segurança adequadas. Não há alcool em gel para todos os cobradores e motoristas, não disponibilização de máscaras e luvas para quem precisar e, mesmo com casos confirmados de cobradores portando o coronavírus, não há testes para todos os cobradores e motoristas que quiserem saber se portam coronavírus ou não. A prefeitura deu o aval para demissão, bem como para a liberação de motoristas mias velhos ou com problemas de saúde sem remuneração. Ou seja, os que saem do posto sofrem sem salário e os que continuam trabalhando estão se expondo ao vírus. Trata-se de uma situação absurda e inaceitável onde são os próprios rodoviários os que devem decidir sobre o modo de funcionamento do transporte público de Porto Alegre, bem como as necessárias medidas de higiene.

Em alguns casos, os próprios trabalhadores organizam medidas de auto-proteção, como a retirada de bancos próximos aos dos cobradores para dificultar o contágio, ou higienização própria dos ônibus feita pelos próprios motoristas e cobradores. Mas as empresas estão mais preocupadas com seus lucros do que com a saúde dos trabalhadores e da população. O governo Bolsonaro já anunciou que determinados serviços devem ser mantidos, como transporte, saúde, etc., mas ao mesmo tempo aplica ataques contra os trabalhadores, permitindo redução do salário ou até mesmo suspensão salarial por até quatro meses.

Na capital gaúcha ainda é incerto o que ocorrerá com o transporte público, mas por enquanto ele segue. Os trabalhadores rodoviários, e a própria população, não podem ficar à mercê das empresas, da prefeitura ou dos governos. O sindicato deveria estar organizando reuniões e assembleias na categoria para que os próprios trabalhadores decidam como organizar a proteção e higienização necessária, exigindo testes massivos para toda a categoria (que entra em contato com a população todos os dias), higienização completa, liberação remunerada em caso de contágio, proibição das demissões, etc.

Ao mesmo tempo, fica cada vez mais claro como os empresários só querem os lucros, colocando em risco os trabalhadores e a própria população de conjunto. É preciso pensar qual o papel que os transportes podem ter no combate ao coronavírus. Por que não organizar as linhas de ônibus a fim de cobrir a demanda por atendimento médico nas casas? Ou para organizar testes massivos nos bairros? Ou então para servir de ambulatório de toda a população que precisar? Podemos refletir sobre como o transporte pode estar a serviço de combater a pandemia, e não de satisfazer os lucros criminosos dos empresários do transporte.




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