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ODEBRECHT | Odebrecht burla licitações e fatura bilhões em países delatados

A construtora incluía ou alterava as obras sem passar por licitações e faturou mais de US$ 6 bi além dos valores iniciais.

Marília Rochadiretora de base do Sindicato dos Metroviários de SP e parte do grupo de mulheres Pão e Rosas

quinta-feira 15 de junho de 2017 | Edição do dia

Ilegalidade ocorreu em pelo menos 7 dos países onde a Odebrecht delatou propinas. A construtora vencia licitações e posteriormente gerava situações onde as obras levavam à necessidade de mais obras. Porém essa extensão não passava por licitação e mesmo assim eram executadas pela empresa. Foram feitas inclusões e extensões de prazos e alterações de engenharia após as licitações já terem sido ganhas. A construtora ganhou pelo menos US$ 6 bi além dos valores iniciais no período entre 2001 a 2016.

Esse é apenas mais um caso de corrupção envolvendo a Odebrecht. A empreiteira foi condenada a pagar US$ 2,6 bi por uma investigação nos EUA, teve contas bloqueadas e foi processada por mais de 13 países após ter sido descoberta uma infinidade de esquemas de corrupção dos mais diversos. A empresa chegou a considerar declarar falência, tamanha foi a internacionalização de casos de suborno e corrupção.

O que fica ainda mais claro com esse novo caso envolvendo a Odebrecht é que a corrupção é uma pratica internacional e intrínseca ao capitalismo. As empresas capitalistas não somente lucram com a corrupção e com o dinheiro público, mas lucram até mesmo quando denunciam a corrupção, com as delações premiadas. Por isso também não podemos depositar confiança em que o judiciário e seus juízes privilegiados vão dar uma saída para o problema da corrupção.

Somente os trabalhadores tem interesse verdadeiro em acabar com a corrupção para poder reverter esse dinheiro em favor das necessidades da maioria da população. É necessário lutar pela expropriação da Odebrecht e das empresas corruptas, sob controle dos trabalhadores e exigir o confisco dos bens de seus proprietários e executivos. Por isso lutamos por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, na qual os trabalhadores possam tomar os rumos do país em suas próprias mãos, colocando abaixo os privilégios de corruptos e políticos e lutando por nossos direitos.

Como primeiro passo para isso, os trabalhadores e jovens precisam construir um grande movimento a partir dos locais de trabalho e estudo, organizando assembleias e comitês, para tomar em nossas mãos a Greve Geral do dia 30 de junho, exigindo que as grandes centrais construam uma greve real em suas bases. Os trabalhadores já mostraram nas últimas greves que tem uma força capaz de parar o país e colocar os governos e empresas corruptas de joelhos.




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