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PATRONAIS SE POSICIONAM | O que dizem empresários da FIESP e a CNI sobre o impeachment e a crise

Babi DellatorreTrabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

sexta-feira 18 de março de 2016 | 01:22

Nesta quinta feira (17), Paulo Skaf, presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), reuniu 300 entidades que se posicionaram pelo impeachment imediato de Dilma. Segundo Skaf, a renúncia da presidente seria a forma mais rápida de eliminar a questão política que trava a economia, e afirmou que “Todos aqui irão se concentrar em conscientizar os parlamentares que a sociedade quer uma mudança, quer o impedimento da senhora presidente da República”. Fora isto o FIESP pagou "marmitas gourmet" para os manifestantes que defendem sua posição, como denunciamos nesta matéria

Já a Confederação Nacional da Indústria, mais discreta na defesa do impeachment, em Carta à Nação,faz um chamado ao Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) para solucionarem a crise política e econômica. A CNI orienta adotar "melhores práticas administrativas" e implantar "medidas favoráveis à estabilidade social, ao emprego e ao desenvolvimento". Leia-se: implementar as reformas da previdência, trabalhista e tributária. Ou ainda: atacar os direitos dos trabalhadores reformando a CLT. Com impeachment, renúncia ou continuidade do governo Dilma a FIESP e CNI convergem, querem mais ajustes. Para a FIESP a forma de conseguir isto é depondo Dilma e conseguindo um governo mais forte para implementar este programa.

Desde o início de março a Ibovespa vem respondendo favorável ao impeachment, fechando em alta toda vez que essa alternativa se fortalece. Ontem não foi diferente, depois da consultoria Eurasia Group avaliar em 75% a probabilidade de impeachment, a Ibovespa fechou em 6,6%, a maior alta dos últimos anos, refletindo principalmente a opinião das instituições financeiras como Bradesco, Banco do Brasil, Itau Unibanco, Santander, entre outros.

O que apontam empresários e banqueiros é que, para enfrentar a crise econômica, é preciso aprofundar os ajustes e ataques aos trabalhadores e isso deve ocorrer rapidamente. Também por isso sentenciam o governo em 30 dias para sua substituição, uma linha similar ao que o PMDB do presidente da FIESP, Skaf, e do vice-presidente Temer afirmaram, em 30 dias decidiram se jogaram, definitivamente, seu peso pelo fim do governo ou não. Por hora mantém seus cargos e benefícios e seus votos junto aos do PT para arrancar ataques aos trabalhadores como foi a aprovação do PLS 555 que abre espaço para a privatização de todas estatais. As posições das grandes patronais por maiores ajustes, com ou sem impeachment mostram a urgência dos sindicatos e centrais sindicais romperem com o governo e impulsionarem um movimento contra os ajustes de Dilma (e aplauso da FIESP e CNI) e contra a impunidade.




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