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GREVE GERAL | O papel traidor da Força Sindical: é preciso tomar a greve geral em nossas mãos

Às vésperas da greve geral convocada para o próximo dia 30, bandidos do Senado aprovam a Reforma Trabalhista no CCJ e Paulinho da Força, deputado federal e Presidente da Força Sindical, mostra que seu partido, o Solidariedade, e seu mandato e atuação sindical, ao contrário de servirem para impedir os ataques ao conjuntos dos trabalhadores, estão à serviço de buscar os meios de salvar os grandes capitalistas.

Maíra MachadoProfessora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

quinta-feira 29 de junho de 2017 | Edição do dia

Às vésperas da greve geral convocada para o próximo dia 30, bandidos do Senado aprovam a Reforma Trabalhista no CCJ e Paulinho da Força, deputado federal e Presidente da Força Sindical, declara qual solução propõe para a crise do país: “O Brasil precisa reduzir os juros para que dê início à sua retomada econômica. Mas uma redução efetiva, encorpada, contundente, capaz de atrair investimentos”. É exatamente dessa forma que noticia seu partido, o Solidariedade, mostrando que o mandato de Paulinho e sua atuação sindical, ao contrário de servirem para impedir os ataques ao conjuntos dos trabalhadores, estão à serviço de buscar os meios de salvar os grandes capitalistas.

Na sequência, Paulinho afirma que seguirá pressionando por juros aceitáveis, manutenção dos direitos e contra os “desatinos do governo”. O que não deixa claro é que as negociatas que a Força Sindical tem feito com o governo, se impõem frente à necessidade emergencial do conjunto dos trabalhadores brasileiros de se enfrentarem abertamente contra os ajustes que Temer e seus aliados capitalistas estão aprovando e tem muita pressa para levar à frente.

A Força Sindical, que dirige importantes centros metalúrgicos, como em Santo André, no ABC Paulista, setores importantes do transporte, como em Porto Alegre e diversas categorias nacionalmente, não quer lutar e atua como um freio imediato na organização e luta de milhares de trabalhadores e trabalhadoras de nosso país.

Durante o dia de ontem, sindicalistas da Força tiveram a iniciativa de fazer reuniões com o Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, do PTB e pastor da Igreja Assembleia de Deus, dizendo que buscam apoio no governo para tentar barrar a tramitação da reforma trabalhista no Senado Federal. Se não estiverem de brincadeira, já não sabemos mais que nome dar a essa postura que não de traição. Ao invés de organizarem os trabalhadores, a Força Sindical quer negociar, mas não existe negociação possível em relação aos nossos direitos.

É preciso tomar a greve geral em nossas mãos

Nos últimos dias, o MRT junto ao Movimento Nossa Classe e a Juventude Faísca, organizou panfletagens em diversos lugares do país, chamando os trabalhadores a tomarem a greve geral em suas mãos. Esse chamado se antecipava ao que já era previsto: as grandes centrais sindicais buscam com as mobilizações, conquistar um espaço de negociação, implementando as reformas de forma mais amenas ou garantindo que a pressão no governo leve a saídas que mantenham a ordem, como Diretas Já e até mesmo Eleições Gerais.

Em Santo André, nos deparamos na Firestone com trabalhadores que sabem que é preciso parar tudo para derrotar as reformas. Trabalhadores que nos perguntavam onde estava o sindicato que não fez nenhuma assembleia de base. Esse é o mesmo sentimento e vontade entre os rodoviários de Porto Alegre e do conjunto dos trabalhadores, todos sabem que é preciso lutar para derrotar os ataques do governo.

Para que essa luta não esbarre nas direções burocráticas e pelegas é preciso que as forças de nossa classe sejam organizadas desde a base, a partir de assembleias por local de trabalho, onde cada trabalhador seja agente direto da luta contra as reformas, decidindo por um plano de lutas claro e que mostre a força dos milhões de trabalhadores brasileiros.

Com demonstrações contundentes, como na greve geral do dia 28 de abril, quando nada funcionou em nosso país, os trabalhadores apontam o caminho e a força da maioria que faz tudo funcionar. Não podemos cair no engodo das grandes centrais sindicais, precisamos tomar a greve geral em nossas mãos.

Dessa maneira poderemos derrubar as reformas e também o governo Temer e com uma enorme mobilização, podemos apontar uma saída de fundo, que não mude apenas os jogadores, mas também as regras do jogo. Podemos impulsionar grandes comitês de luta contra as reformas, que reúnam milhares de trabalhadores e jovens e impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que tenha como primeira tarefa anular todos os ataques votados pelo governo.

Nesse caminho poderemos superar as direções sindicais que atuam aliadas aos poderosos e ao governo golpista, retomando nosso sindicato como ferramenta de nossa ferramenta de nossa luta derrubaremos as reformas capitalistas.




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