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ATAQUE AO SUS | O ministério da saúde adverte: políticos se reúnem para planejar a "morte do SUS"

Cúpula de políticos aliados ao grande empresariado do setor de Saúde, se reuniram em Brasília para debater "a ousadia de criar um Novo Sistema de Saúde". O projeto de fundo é acabar com o SUS, repassando ainda mais suas verbas para planos de saúde.

quinta-feira 12 de abril de 2018 | Edição do dia

Dia 10 de abril, aconteceu o "1º Fórum Brasil - Agenda Saúde: a ousadia de propor um Novo Sistema de Saúde", que reuniu toda a cúpula do governo golpista, do Ministério da Saúde à deputados e senadores. Juntos, planejaram, em resumo, a morte do SUS.

A proposta apresentada consiste em desmontar o SUS através do aprofundamento da falta de repasse de verbas, arreganhando as portas para os empresário da saúde privada. O ex-ministro da Saúde do governo Collor e ex-deputado pelo partido DEM, Alceni Guerra, defendeu durante sua apresentação um projeto de saúde, o repasse das verbas que são destinadas aos SUS para os atendimentos de Alta Complexidade dos planos de saúde. Para ficar ainda mais claro, a proposta defendida por Guerra é usar dinheiro público destinado ao SUS para a saúde privada.

Apresentação de slide realizada neste fórum, denunciando o projeto nefasto que o governo e empresários da saúde tem para o SUS. (Fonte: Integra - Movimento por uma psicologia coletiva)

O atual ministro da Saúde, Ricardo Barros, já sinalizou seus anseios em acabar com o SUS e dar espaço, de vez, para a saúde privatizada, retrocedendo em anos o avanço que significa o SUS em termos de assistência à população trabalhadora e pobre. Os entusiastas da saúde no modelo americano, deixam claro sua parceria com os capitalistas da saúde, que muito lucram vendendo e negociando todos os aparatos médicos.

veja também: Ministro de Temer financiado por planos de saúde autoriza expansão de seus negócios

O projeto de por fim ao SUS não é recente. Desde a Constituição de 88, que o criou, já estava ali a base que minaria um sistema público e universal de saúde: permitir que a iniciativa privada complemente a oferta de saúde. Depois disso, todos os governos que se seguiram, inclusive o do PT, promoveram um subfinanciamento do SUS. Depois do golpe isso dá um salto. Uma das primeiras medidas do golpista Temer foi aprovar a PEC 55, que congelou os investimentos em saúde e educação por 20 anos, já entraria, pela outra porta, com a justificativa de necessidade de aumento da participação da saúde privada para sustentar o que o SUS, no discurso deles, não dá conta.

O ataque ao SUS é um retrocesso sem tamanho. É elementar o direito à uma saúde gratuita e de qualidade, ainda que os moldes do SUS. A cada dia, direitos são retirados dos trabalhadores e do povo pobre, e mais ataques colocados nos seus lugares, para que sejamos nós aqueles que levarão nas costas a crise dos capitalistas. O golpe abriu caminho para que rapidamente avancem sobre os direitos democráticos mais básicos, como acesso à saúde e até mesmo o direito ao voto, como ficou claro na condenação arbitrária de Lula.

A luta em defesa ao SUS parte da defesa do direito universal ao acesso à saúde, mas não se esgota em si. Em uma coisa os políticos aliados aos empresários da saúde não erraram: precisamos de ousadia para construir um novo modelo de saúde. Entretanto, não o que eles propõe, que é privatizar um setor que é vital para as empresas médicas que lucram em cada mísera doença dos trabalhadores e pobres. É preciso ousar, para lutar por um sistema de saúde que possa oferecer e subverter a lógica de saúde da medicina atual, moderna e capitalista: que parta da prevenção, que pesquise, produza e faça saúde por outra ótica que não o lucro.

E para este objetivo, somente os trabalhadores à frente, em aliança com os usuários e estudantes da saúde, de uma luta organizada pode de fato subverter e reconstruir não só as bases da medicina, mas de antemão as bases de uma nova sociedade.




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