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CRISE DO CORONAVÍRUS | O maior problema é o capitalismo! Estudo comprova que a COVID-19 é mais letal nos mais pobres

Estudos publicados na última semana, pela Folha e pelo O Globo, apontam que nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro os mais atingidos pelo vírus são as populações mais pobres.

domingo 2 de agosto de 2020 | Edição do dia

Imagem de covas abertas no cemitério Vila Formosa, o maior de São Paulo

Diante de uma demagógica estabilidade, que considera estável um número absurdo de mortes por dia, vemos a reaberturas das cidades e um suposto "novo normal". Isso está colocado na grande mídia, na TV e nas ruas das cidades. São Paulo e Rio de Janeiro como uns dos principais estados do país foram palco para uma pesquisa que deixou novamente escancarada que a desigualdade social, a exploração e a sede de lucro capitalista são as principais causadoras das milhares de mortes por COVID-19 no país.

Sobre o estudo realizado no estado de São Paulo, Gonzalo Vecina Neto (professor de saúde pública na USP), em entrevista para a folha/uol afirmou: "Pegue o mapa da pobreza e coloque em cima, vai bater com as regiões. Existem outras com bairros pobres e alta densidade demográfica em São Paulo, mas a zona sul apresenta a maior falta de estrutura, tanto a estatal, como a a própria organização da sociedade."

No Rio de Janeiro os dados são também alarmantes, enquanto a maior letalidade dos bairros de elite são entre os maiores de 80 anos, nas periferias, onde as pessoas nem chegam a essa idade e em sua a maioria são negras, se encontram os maiores índices de mortes.

Enquanto os estados seguem com a reabertura, a falácia de salvar empregos vai se tornando cada vez mais clara, a única coisa que pretendem salvar são os lucros capitalistas. Isso se prova no aumento no número de mortes, que pode ter diminuído nos centros mas segue crescendo no interior, no aumento do desemprego e na precarização de trabalho cada vez mais latente, visto que os governadores, Doria e Witzel, em consonância com Bolsonaro nesse quesito e com governadores de todo o país, inclusive do PT no nordeste, seguem com os ataques como a MP936, que permite redução de salário, como a recentemente aprovada lei que contrapondo o que antes era ilegal, legaliza que o patrão demita para depois recontratar com um salário pior.

Tudo isso diante de um auxílio emergencial que poderia ter sido de 200 reais, como desejavam Guedes e Bolsonaro, mas que mesmo os 600 reais, além de insuficientes, demoram de diversas formas a chegar nas mãos do trabalhadores, desempregados, que tanto precisam.

Os dados que apontam o maior número de mortes nas periferias, revelam que muito ao contrário do que tentaram nos fazer acreditar o vírus não atinge a todos igualmente, mas não é bem o vírus o culpado. O maior problema não as condições insalubres de vida, extensa jornada de trabalho, poucas horas de sono, muitas horas expremidos no transporte público, por falta de aguá encanada e saneamento básico (situação de 31 milhões de brasileiros), por falta de dinheiro para uma boa alimentação, por falta de tempo, que é consumido desumanamente todos os dias, para indústrias que não produzem respiradores, que não confeccionan EPIs, em serviços que ligam não para informar ou tirar dúvidas sobre o vírus, mas para cobrar do outro trabalhador o dinheiro que ele nem tem.

A pandemia escancarou que são os trabalhadores que movem a sociedade. Que sem a nossa força de trabalho nada funciona, escancarou as desigualdades e a exploração, escancarou a violência do Estado que diante de uma pandemia aumentou o caso de mortes nas periferias pelas mãos da PM, escancarou o descaso da burguesia com a nossa classe que diante de uma crise sem tamanho, desabrigaram milhares de famílias em nome da especulação imobiliária. Enquanto muitas pessoas chegam a beira da fome, os empresários, banqueiros e governantes seguem privilegiando seus luxos e seguem negligenciando as milhares de mortes.

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Diante de todo esse cenário fica mais evidente de que é a nossa classe, de forma independente, que pode dar uma saída para essa situação que valorize a vida acima do lucro. Por fora Bolsonaro e Mourão. Que sejam os capitalistas que paguem pela crise. É urgente um plano para combater a pandemia, que conte com testes massivos, contratações de trabalhadores da saúde e serviços essenciais, uma salário emergencial de pelo menos 2 mil reais, reconversão das indústrias para produzirem o que for necessário para combater a pandemia. Que as escolas antes de serem reabertas, tenham reais condições de receber as crianças e adolescentes zelando por suas vidas. Que sejam os professores e a comunidade escolar que trilhe os caminhos para a reabertura e não um monte de engravatados que não põem o pé na escola.

É fundamental batalhar pela auto organização da nossa classe, batalhar por comissões de segurança e higiene em cada local de trabalho, eleitas pelos trabalhadores, que diante do descaso dos patroes, possa definir e implementar os procedimentos de trabalho, para que possamos decidir pelas nossas vidas, que nas mãos dos patrões será usada como moeda de troca para os seus lucros

Leia também: Entre a pandemia, o desemprego e os ataques: lutar para que os capitalistas paguem pela crise




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