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PARALISAÇÃO NACIONAL 10M | O grito engasgado da UNE não nega seu desejo de contenção. É preciso organizar a luta!

A juventude já demonstrou que é a camada social que mais vem se indignando ativamente contra o golpe e os cortes. A UNE com sua presidente Karina Vitral tenta falar como representante de toda a juventude, com um discurso pintado de radicalismo chamando a greves e atos contra o Temer.

Isabel Inês São Paulo

terça-feira 3 de maio de 2016 | Edição do dia

Essa foi a toada da UNE no primeiro de maio, nesse caso também o problema está na vírgula, ao que parece para a UNE o impeachment já se consumou (é o sentimento que quer transmitir o establishment petista), e nos gritos (desesperados) a grande questão para Karina colocada é como impedir que a luta da juventude se radicalize e saia do seu “controle”.

Falar de luta contra o Temer assumindo o golpe, já mostra que a UNE não está disposta em organizar qualquer luta, enquanto a juventude universitária e secundarista vem ganhando novo fôlego de luta com a polarização e politização nacional, quando em algumas assembleias universitárias vem se votando contra o golpe e os ataques dos governos, política que a Juventude do Faísca vem defendendo, para desenvolver uma luta séria contra a direita golpista, mas que não se dá sob as bandeiras do PT. A UNE mostra que todo seu discurso de luta “contra o golpe” é conversa fiada. Mais perigoso que o golpe da direita para eles é a juventude se levantar como uma força independente que supere seus freios, e ainda entusiasme a construção de uma alternativa à esquerda do PT junto ao movimento operário.

El Pais, jornal internacional, soltou uma de suas declarações onde isso fica claro “Se o impeachment é um golpe, as eleições agora, quando o processo de impeachment ainda não passou no Senado, também seria o encurtamento de um poder. Mas se tivermos um Governo Temer, teremos de legitimar algum poder que dê uma solução”, ponderou Vitral. Ou seja, é importante agora legitimar algum poder que mantenha a estabilidade da democracia burguesa, preservando o PT da sangria pela qual passava Dilma enquanto se prepara as eleições para 2018.

Nessa tendência as falas inflamadas ficaram só no discurso e a ação não se vê. A CUT está chamando para esse dia 10 um dia de paralisação nacional, a qual a UNE deve se somar. Mas não constrói absolutamente nada nas bases para que seja uma paralisação massiva dos principais centros da economia, e coloque de pé os principais batalhões da classe trabalhadora com seus métodos de classe. Paralisações como essa são parte da descompressão dos trabalhadores e da juventude, contudo é necessário nesse momento fazer desde os centros acadêmicos, ocupações e processos de greve a exigência para que a UNE rompa sua subserviência ao governo petista e coloque suas forças na ação para barrar o golpe. Usando seus recursos para nacionalizar e generalizar as lutas dos secundaristas de São Paulo e Rio de Janeiro, e dos universitários que estão aprovando greve contra os cortes e ajustes.

Do escracho a luta real, como organizar um forte combate ao golpe

Nota à parte merece o Levante. O jornal Folha de São Paulo, dedicou uma de suas matérias aos escrachos feitos pelo Levante Popular da Juventude, “Grupo de Jovens elege Temer como alvo”. Contudo a limitação nos métodos a atos de escracho, sem batalhar contra os ataques que o próprio PT promove e o golpe que ajudou a alimentar, não serve de nada. Ainda que muitas vezes atraente, o escracho pode ser uma maneira nova de ampliar processos de lutas, expor e atrair apoiadores; contudo por fora das lutas, como política isolada acaba sendo inofensivo e não dando um sentido de combate ao atual golpe e aos cortes na educação.

O Levante é hoje um grupo de Juventude conhecido nacionalmente, principalmente por métodos radicalizados midiáticos que foram criando um perfil de combativos, o qual a luta contra o golpismo esta sendo uma prova de fogo, aqui é importante olhar o antes e o depois da votação do impeachment no domingo dos horrores.

É marcada a revolta a indignação, principalmente na juventude, em relação ao golpe institucional e ao reacionarismo escancarado do senado, e a vontade de ação aberta na juventude desde 2013, que se aprofundaram com as lutas secundaristas, ou seja, a somatória de politização nacional e vontade de luta, faz das camadas de juventude uma força social capaz de explodir com espontaneidade e independência política para lutar contra a direita, e ao mesmo tempo não fortalecer um “novo PT”.

Esse espaço estratégico, que diz respeito de qual caminho irá seguir a crise no país está em disputa, e a política atual do Levante leva organizar essa força política num retorno ao mesmo regime carcomido. Porque essa ideia é tão importante? Por que hoje a situação e a juventude precisa e anseia por respostas profundas, esta colocado no primeiro plano da política a necessidade de lutar contra o golpe que busca aprofundar os ataques a juventude e aos trabalhadores, com o projeto “ponte para o futuro” do Temer. Mas que necessariamente precisa estar ligada ao luta contra os ajustes dos governos, no sentido de fazer surgir um sujeito político na juventude e na classe trabalhadora, por isso é fundamental que as centrais sindicais e estudantis se voltem para organizar atos e greves, para barrar o golpe com os métodos de luta e não com os jogos políticos de compra de votos.

O Levante é atacado pelo mesmo “esquecimento” da própria UNE (e da Frente Brasil Popular, frente permanente da burocracia sindical traidora, da qual o Levante faz parte) e ignora essa segunda parte, e seu método de escracho é a coroação da “não organização das lutas”. Não a toa, apesar de ser umas das principais forças da UNE, compondo o campo popular, não faz qualquer chamado e exigência a “seus” parlamentares que apresentem, por exemplo, um projeto de lei proibindo as demissões, que deixaram a juventude amargando uma taxa de 17% de desemprego, nem tampouco usa das próprias forças para organizar assembleias de base nas estruturas em que está, atos e greves nas universidades e escolas pelo pais. Por que não faz sequer exigências simples como essa, se diz-se contra o golpe?

Isso porque o Levante de maneira alguma busca fazer da luta contra a direita o surgimento de uma juventude revolucionária no Brasil, que seja parte de entusiasmar e se ligar aos trabalhadores. Almeja uma juventude “lulista”, que abra espaço ao rejuvenescimento do PT para 2018, no que concorda plenamente com as direções burocráticas mais empedernidas do movimento estudantil e dos trabalhadores.

A luta contra o golpe não pode ser voltada para a construção de um novo petismo, nem tão pouco para novas eleições – como alguns setores da esquerda defendem - para que se vote os mesmos corruptos. Os secundaristas mostraram que é possível ir por mais e que a realidade anseia por respostas radicais nos métodos e conteúdo, assim como os Franceses, os Chilenos e Alemães que tem vividos recentes lutas de juventude, não é possível viver em um mundo de racismo, xenofobia e exploração, as lutas da juventude vem mostrando um espaço antcapitalista em sua essência e é urgente que no Brasil as organizações de juventude chamem a luta, organize assembleias, atos e atividades para transformar o que hoje esta no sentimento, em ação contra os cortes e o golpe.

O Levante, a UNE precisam chamar uma paralisação efetiva no dia 10 de maio, confluindo com as paralisações operarias, como começo dessa luta!.




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