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O governo de Piñera busca aprovar lei antiterrorista no Chile

O governo chileno de Sebastian Piñera busca, por todos os meios, aprovar o projeto de lei antiterrorista, aproveitando-se de um suposto ataque a uma delegacia de polícia, e esquecendo-se da constante violência sofrida pelo jovens, trabalhadores e pelo povo mapuche nas mãos de forças especiais.

segunda-feira 29 de julho de 2019 | Edição do dia

Os alarmes do governo chileno foram inflamados em busca dos responsáveis pelo suposto ataque ocorrido na última sexta-feira na 54º Delegacia. O ataque a bomba foi usado pelo governo em sua cruzada para tentar aprovar o projeto de lei antiterrorista, que visa criminalizar grupos e movimentos sociais. No entanto, o ataque à delegacia em si gera muitas dúvidas e deixa pontas soltas.

Os eventos foram vinculados ao ex-ministro do Interior Rodrigo Hinzpeter (RN), atual gerente jurídico da megacorporação Quiñenco, que segundo as investigações da promotoria também teria sido alvo do ataque, apesar de sua saída da cena política e do ambiente público.

O promotor regional do Sul, ainda não encontra vestígios sobre a origem do ataque, afirmando que “não temos histórico até o momento que nos permita vincular esses artefatos com os demais (aquele que foi enviado a Louis de Grange e Oscar Landerretche), são diferentes na fabricação. Eles não são semelhantes. No entanto, o da unidade policial e este (o que interveio na Quiñenco) são semelhantes ”. Fazendo alusão com isso a que ambos eventos não se relacionam com as ações de grupos como os Individualistas Tendientes a los Selvaje (ITS) a quem se atribuiu o atentado ocorrido no centro de Santiago em janeiro passado.

É neste contexto que a atual porta-voz do governo, Cecilia Pérez, demonstrou sua solidariedade ao ex-ministro afirmando com seus dizeres que não apenas Hinzpeter foi a pessoa afetada pelo ataque, mas também todo o país.

Comove o relato e sentir o impacto que a violência provoca na vida cotidiana de uma pessoa ou país. Um grande abraço e todo o nosso apoio a @rhinzpeterk e sua família. E um apelo aos chilenos: vamos cuidar da nossa democracia e enfrentar o terrorismo com unidade e determinação". https://t.co/2cJGA1Bifd
— Cecilia Pérez Jara (@ceciperez1) July 28, 2019

Esta postura foi tomada pelo governo como uma ferramenta para instalar a necessidade de aprovar a nova Lei Anti-Terrorista, que por outro lado tem sido amplamente questionada pela opinião pública, como uma tentativa de instalar o terror em toda a sociedade.

Questão que se enquadra definitivamente na onda repressiva do governo que tem sido demonstrada com sua criminalização sistemática da juventude, através da "Aula Segura", ou ataques policiais às mobilizações de trabalhadores, como em Antofagasta e Calama contra professores e alunos e os mineiros da CODELCO, e com o povo Mapuche, que há algumas semanas assassinaram outro mapuche. Em suma, não significa mais do que dar à polícia maiores poderes para combater aqueles que se opõem ao governo dos empresários.




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