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O cinismo de Pedro Fernandes: Primeiro humilha os professores e depois pede desculpas

Secretário estadual de educação vem colecionando uma série de medidas que impuseram fortes humilhações e vexames aos professores e que logo em seguida foram retiradas sob a alegação de terem sido “erros de avaliação”. No entanto já está claro para muitos professores que o secretário age dentro de uma agenda bem definida de tentar impor constantes desmoralizações e ataques a todos que trabalham na educação.

quinta-feira 13 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Seguindo seu programa grotesco de tentar desmobilizar os professores, no dia 11 de Fevereiro Pedro Fernandes publicou no D.O. uma nova resolução para regulamentar as GLPs, onde entre outras coisas estabelecia um critério de faltas para priorizar a alocação dos professores. A maldade está no fato do decreto ter sido publicado em um dia de paralisação e assembleia do SEPE, sendo forma de pressionar os professores a não paralisarem, já que muitas vezes o código 61 referente a greve não é respeitado, e os trabalhadores da educação acabam recebendo falta. Ainda que essas faltas eventualmente possam ser revertidas na justiça, permanece o transtorno naqueles que muitas vezes precisam enfrentar perseguição e assédio moral no seu local de trabalho.

Para entender melhor: Pedro Fernandes mantém o não pagamento de férias para GLPs

No entanto, logo após esse ataque, professores de sociologia de todo o estado foram convocados a comparecer nas regionais da SEEDUC para fazerem parte de uma humilhante fila para distribuição das GLPs. No caos que se seguiu, uma vez que a estrutura da SEEDUC é insuficiente para lidar com um volume de professores tão grande ao mesmo tempo, muitos professores denunciaram nas redes sociais repercutindo a desorganização e os abusos da secretaria. Foi então que cinicamente Pedro Fernandes divulgou mais um vídeo nas redes sociais pedindo desculpa aos professores por mais um “erro de planejamento”, voltando atrás e permitindo o cadastramento das GLPs nas escolas.

Leia também:Witzel precariza professores com contratos temporários enquanto gasta milhões com o caveirão

Pedro Fernandes também pediu desculpas quando imagens dos professores amontoados disputando livros durante a feira idealizada pela sua equipe viralizaram até mesmo na mídia burguesa, e mesmo assim os professores foram obrigados a escolher livros de uma lista definida pelo estado que não dialogava com suas reais necessidades (mas que certamente ajudava as editoras envolvidas). Ele também pediu desculpas quando o quinquênio foi removido, mas manteve a promessa de inserir um critério de “meritocracia” no plano de carreira. Também houveram desculpas nos casos dos milhares de alunos que não conseguiram fazer matrícula no estado, mas mesmo assim o problema persistiu ao longo de 2019 inteiro. A verdade é que as desculpas de Pedro Fernandes valem tanto quanto o valor que ele dá a escola pública: nenhum.

Para recordar: Resposta a Pedro Fernandes e Witzel sobre a humilhação imposta aos professores na Expo Armazém do Livro

Por trás da mascara de “bom moço”, que dialoga com a categoria em seus vídeos nas redes sociais, está um filho da casta política fluminense, que frequentou as escolas particulares mais elitizadas e que nunca precisou sequer trabalhar, entrando na política unicamente pelo grau de parentesco e que certamente aprendeu desde jovem a negociar o destino do povo para manter o seu status. Para Pedro Fernandes o destino de milhões de jovens estudantes, professores e funcionários de apoio que dão duro todos os dias nas escolas públicas precarizadas e insalubres, que muitas vezes tem as aulas interrompidas devido as ações da sangrenta polícia militar de seu chefe, Wilson Witzel, valem menos do que o brilhante destino de sua carreira política. Muitos professores já não se enganam com o narcisismo de Pedro Fernandes: a SEEDUC para ele é só mais um trampolim para sua inserção e estabelecimento na elite da casta política fluminense; Wilson Witzel usa essa ambição a seu favor, utilizando-o para mascarar um processo de profunda precarização e crescente militarização das escolas estaduais, com o único objetivo de desmobilizar dois dos setores mais aguerridos do Rio de Janeiro, os estudantes e os professores.

Relembrando: Witzel deixa 20 mil alunos sem matrícula, a culpa também é sua Pedro Fernandes

Sua máscara já caiu Pedro Fernandes! Não adianta tirar fotos ao lado dos caminhões com ar condicionados que nunca chegaram às escolas, que permanecem quentes e insalubres. Estamos há seis anos sem reajustes, e não será sobrecarregando os professores com 65 horas semanais de GLPs, enquanto muitos colegas que estão aprovados nos últimos concursos amargam nos subempregos ou mesmo desempregados, que a nossa revolta irá arrefecer! Não adianta mentir para os alunos, colocando a culpa da falta de professores nas escolas, eles sabem que os está enganando! Que a mobilização desde a base de professores e estudantes, e todos aqueles que defendem a escola pública, passe por cima não só de sua gestão, mas também una-se a força da classe trabalhadora, como a dos petroleiros, moedeiros, cedaeanos, para questionar todo este governo e lutar não apenas por melhores salários, mas para por abaixo todo este sistema que quer nos fazer pagar pela crise.

E que toda professora ganhe o mesmo salário de um político!

Leia mais: Witzel decreta o fim do plano de carreira dos professores mostrando ódio a educação




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