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RIO DE JANEIRO | O bispo Crivella, prefeito recém-eleito do RJ, vai a Israel para debater como aprofundar a repressão

O recém-eleito prefeito do Rio de Janeiro e bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella está nesse momento fazendo uma viagem que diz muito sobre como quer tratar a questão de segurança na cidade. Alegando que pretende discutir com alguns dos principais chefes do governo israelense a “melhora das ações de inteligência”, Crivella dá mostras claras de que a demagogia que se utilizou para ser eleito em nada pautará suas ações. Isso porque não é novidade alguma que a política de segurança do Estado de Israel significa assassinatos sistemáticos dos palestinos, repressão e ataques aos bairros árabes de Jerusalém, e até utilização de armas químicas proibidas.

Simone IshibashiRio de Janeiro

segunda-feira 7 de novembro de 2016 | Edição do dia

Foto: O direitista primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu inspeciona muro separando territórios invadidos por Israel com a Jordânia

O recém-eleito prefeito do Rio de Janeiro e bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella está nesse momento fazendo uma viagem que diz muito sobre como quer tratar a questão de segurança na cidade. Crivella está a caminho de Israel, para se encontrar com ninguém menos que Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro, e com o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat. Essa é a segunda vez que Marcello Crivella vai à Israel. Quando foi ministro da pesca no governo Dilma, o ex-bispo da Universal também esteve no país.

Alegando que pretende discutir com alguns dos principais chefes do governo israelense a “melhora das ações de inteligência”, Crivella dá mostras claras de que a demagogia que se utilizou para ser eleito em nada pautará suas ações. Isso porque não é novidade alguma que a política de segurança do Estado de Israel significa assassinatos sistemáticos dos palestinos, repressão e ataques aos bairros árabes de Jerusalém, e até utilização de armas químicas proibidas, como foi o caso do uso de fósforo branco contra civis na Faixa de Gaza em 2009. Somente no ano de 2014 foram assassinados 2,2 mil palestinos. Naquele ano Israel lançou a operação “Barreira Protetora” que além dos milhares de mortos, deixou o saldo de 11 mil feridos e 100 mil pessoas desalojadas. Uma verdadeira guerra contra os palestinos. Essa é a “inteligência” que Crivella quer se apropriar.

O Rio de Janeiro é uma cidade famosa mundialmente pela violência policial. As estatísticas oficiais contam que no ano de 2015, nada menos que 645 pessoas foram assassinadas em operações policiais. Isto é 25 pessoas assassinadas para cada policial que morre em operações. Não se contam aí as que são assassinadas em operações não-oficiais, as torturas, ou ainda os desaparecimentos pela ação da polícia, como o do pedreiro Amarildo, que se tornou um símbolo das mobilizações de junho de 2013. Se esses casos também pudessem ser contabilizados é certo que o número de mortos aumentaria vertiginosamente.

Tudo o que os trabalhadores, o povo pobre e os negros do Rio de Janeiro não precisam é de mais violência do Estado, e da aplicação ampliada dos métodos de “inteligência em segurança” israelense. Pelo contrário, é necessário que a potente força social que se expressou nas eleições do Rio de Janeiro contra Crivella possa avançar no sentido de uma saída anticapitalista para o conjunto da cidade, e acabar com o assassinato sistemático dos negros e pobres, especialmente da juventude.




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