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1M | O 1° de maio em MG deveria fortalecer a luta da nossa classe e não a conciliação eleitoral

O 1° de maio é um dia histórico de luta da nossa classe, mas esse ano está sendo convocado pelas centrais sindicais como um palanque que busca canalizar a força dos trabalhadores para a chapa Lula-Alckmin e toda política de conciliação do PT com a direita. Era necessário construir atos independentes para fortalecer as lutas da classe trabalhadora.

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

sábado 30 de abril de 2022 | Edição do dia

Em Minas Gerais, depois de uma forte greve da educação, Zema está recorrendo ao STF para retirar o aumento salarial que conquistamos com a força da nossa luta. Enquanto os trabalhadores sofrem com o aumento dos preços, com as consequências das reformas e da precarização do trabalho, a justiça dos patrões, pela via do Ministro Luís Roberto Barroso tomou uma primeira decisão favorável ao governador. Mas na defesa das reformas e dos ataques contra nossa classe Zema não tem somente o STF como um aliado, ele conta também com o governo Bolsonaro-Mourão, com o Centrão, que tem em Kalil e seu partido PSD um dos principais representantes, mas também com figuras como Geraldo Alckmin, que sempre foi um pilar do neoliberalismo e da repressão contra os trabalhadores.

É com essa direita que Lula está se aliando agora, inclusive declarando que não irá revogar as reformas e que pretende, assim como fez com a tercerização, regulamentar a uberização do trabalho. E para comportar esses setores e essa política em nossos atos as centrais sindicais abandonam nossas pautas. Nós não podemos nos enganar só porque Lula tem como vice um Alckmin que agora está no PSB, um partido que hipocritamente toca o hino da Internacional Comunista em seu congresso, enquanto seus parlamentares votaram pelas reformas, pelo golpe institucional de 2016 e tantos ataques contra nossa classe.

Pode te interessar: 1M: Precisamos de atos independentes da burocracia sindical para defender um programa dos trabalhadores e rechaçar o bolsonarismo nas ruas!

Os atos em Minas, mesmo não tendo divulgado a presença de partidos da direita e de centrais traidoras como o ato no Rio de Janeiro, por exemplo, seguem essa mesma política de conciliação. Inclusive porque em nosso estado a aliança de Lula é com Kalil, o mesmo que reprimiu brutalmente a greve dos educadores municipais e que é a grande aposta do principal partido do Centrão, o PSD, para conquistar um governo tão importante como em nosso estado.

Diante desse cenário, nós chamamos a CSP Conlutas e todos os setores que discordam dessa política eleitoreira das centrais, para nacionalmente construirmos atos independentes nesse Primeiro de Maio. Apresentando uma alternativa de independência de classe contra a política de conciliação de Lula e do PT, mas também contra a diluição do PSOL nessa chapa e na federação com a Rede de Marina Silva e do Itaú. Inclusive seguimos chamando os companheiros que ainda seguem no PSOL a romper com esse partido e vir construir conosco um polo de independência de classe nas lutas e nas eleições.

Em muitos estados não houve uma resposta a esse chamado que fizemos nacionalmente, como em Minas. Acreditamos que é um erro não ter um ato independente em nosso estado, sobretudo porque a Conlutas dirige sindicatos importantes, que poderiam ser uma referência para uma organização desde a base dos trabalhadores com essa política de independência de classe. Mais do nunca era necessário que em Minas se expressasse um ato onde pudesse ecoar a voz daqueles que defendem que a luta contra Bolsonaro não pode se dar se aliando com a mesma direita que nos ataca com suas reformas e repressão, que expressasse a força das educadoras que lutam contra Zema e o STF para defender um direito que conquistamos com nossa greve, das valentes educadoras municipais de BH que se enfrentaram com Kalil e sua repressão, dos trabalhadores metroviários contra a privatização que Bolsonaro, Zema, Kalil e Alckmin sempre defenderam, apontando um caminho independente da conciliação que o PT e Lula defendem. Exigindo que as centrais sindicais rompam com a trégua que estão dando aos governos nacionalmente e de fato organizem nossa classe, não para depositar sua confiança nas eleições de outubro, mas para dar uma resposta desde agora contra a crise capitalista e os governos que nos atacam. O que fica ainda mais urgente quando vemos uma votação como a que aconteceu na madrugada de sexta para sábado, onde entregaram à mineradora Tamisa o direito de destruir a Serra do Curral, colocando mais um lugar de preservação ambiental na mão das empresas capitalistas que só se importam com seus lucros e destroem o nosso estado, enquanto a população sofre com as tragédias capitalistas devido ao impacto da depredação ambiental.

Essa é a política que nós do MRT defendemos dia a dia em cada local de trabalho e estudo, e que vamos levar a frente em outros estados onde acontecerá atos independentes da burocracia e seu palanque eleitoral nesse 1 de maio. Como em São Paulo, onde nosso camarada Marcello Pablito, que propusemos para consideração do Polo Socialista e Revolucionário como um possível vice na chapa presencial com a companheira Vera Lúcia do PSTU, irá encabeçar nossos bloco no ato chamado pela CSP Conlutas, buscando firmar as bandeiras da independência de classe nesse dia tão importante da história internacional da classe trabalhadora. Batalhas que irão seguir nos próximos dias, quando novamente vamos voltar às ruas em Minas Gerais, na paralisação da educação estadual no dia 6 de maio, para a qual convidamos todas, todos e todes a estarem lado a lado com o Nossa Classe Educação e a juventude Faísca Revolucionária.

Veja também: Assista "Por que me proponho a ser vice de Vera Lúcia na chapa presidencial do Polo Socialista Revolucionário": entrevista com Marcello Pablito

Imagem: Sind-UTE/MG / Divulgação




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