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MICROCEFALIA | Número de casos de microcefalia sobe e já passa de 2,9 mil

quarta-feira 30 de dezembro de 2015 | 00:00

O número de casos de microcefalia subiu de 2.782 para 2.975 em uma semana. Boletim divulgado na tarde desta terça-feira, 29, pelo Ministério da Saúde mostra ter ocorrido também um aumento dos municípios com notificações de nascimentos de bebês com a má-formação. Agora, 656 cidades apresentam casos, ante 618 na semana passada. O número de óbitos não foi alterado: 40 até o momento.

O aumento nesta última semana foi o menor, em termos porcentuais, desde que boletins sobre a doença começaram a ser apresentados. Para epidemiologistas, no entanto, os números apresentados esta semana estão longe de indicar uma folga na epidemia. "O País registrou quase 3 mil casos de setembro para cá, a maior parte no Nordeste. É esperado um aumento de casos no Sudeste, no Centro-Oeste", pondera o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Rivaldo Cunha.

Das 20 unidades da federação com casos suspeitos, três apresentaram uma redução do número de casos. Em Tocantins, Minas Gerais e Mato Grosso, casos que estavam em investigação foram descartados, daí a queda dos números. Em oito Estados, houve aumento de casos.

Os maiores indicadores estão em Pernambuco: 1.153, o equivalente a 38,76% dos casos em todo o País. Em seguida, vem a Paraíba (com 476), Bahia (com 271), Rio Grande do Norte (com 154), Sergipe (com 146), Ceará (134), Alagoas (129), Maranhão (94) e Piauí (51).

A epidemia de nascimentos de bebês com microcefalia no País está associada à zika, doença provocada por um vírus transmitido pelo mesmo vetor que a dengue, o Aedes aegypti. Pesquisadores identificaram em dois fetos com a má-formação a presença do vírus. O número de casos de microcefalia (que em 90% dos casos leva à deficiência mental, problemas auditivos e de visão) explodiu a partir de setembro, quando gestantes que tiveram a doença no primeiro trimestre começaram a dar à luz.

Pesquisadores tem levantado outras possíveis causas para a epidemia de microcefalia, desde o uso de agrotóxicos ao uso de vacinas tríplice e um efeito colateral de possíveis casos de Síndrome de Rubéola Congênita, estas outras possíveis causas não estão sendo investigadas a fundo pelo governo Dilma nem pelos governos estaduais, preferindo uma resposta que aparentemente lhes livra de responsabilidade. Independentemente das causas, o próprio diagnóstico de zika segue sendo difícil uma vez que não há investimento para um método diagnóstico que permita rapidamente identificar se um paciente tem dengue, zika ou chikungunya.

A resposta dada pelo Estado é burocrática, vistoria de casas e instalação de tendas para atendimento de doentes, sem alterar em nada as precárias condições da saúde pública. Muito ao contrário, o governo prepara-se para gastar bilhões de reais para comprar vacinas de dengue de uma multinacional francesa. É possível combater tanto a microcefalia como o próprio mosquito vetor dos três vírus, mas isto vai na contramão da resposta dada pelos governos, passa pela defesa da saúde pública, efetivação de todo pessoal da saúde e de combate ao mosquito, planos populares de combate à doença e seus vetores que sejam controlados por sindicatos e associações de moradores, bem como investimento em tecnologias de prevenção, diagnóstico e cura das doenças tropicais.




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