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Eleito pelo Conselho | Novo presidente da Petrobrás dará seguimento à política de desmonte e privatização de Bolsonaro

Caio Paes de Andrade, indicado de Bolsonaro, é eleito presidente da Petrobrás em Conselho da empresa por 7 votos a 3. Andrade deve assumir nos próximos dias para dar seguimento à política de ataques aos trabalhadores da Petrobrás, privatização e enormes lucros aos poucos acionistas.

segunda-feira 27 de junho de 2022 | Edição do dia

A demagogia desenfreada de Bolsonaro em relação aos constantes reajustes de preços da Petrobrás continua. O novo episódio de todo o processo claro de privatização da Petrobrás tem como destaque a confirmação do novo presidente da Petrobrás, o aliado bolsonarista Caio Mario Paes de Andrade.

Até a nomeação, Andrade servia como secretário especial do ministro da economia Paulo Guedes. Ele é o quarto presidente nomeado por Bolsonaro e substituirá o interino Fernando Coelho que estava no cargo temporariamente, após a renúncia de José Mauro Coelho em meio à crise do aumento dos combustíveis. Os outros dois nomes que presidiram a Petrobrás e caíram por críticas demagógicas e oportunistas de Bolsonaro foram, de trás pra frente, Joaquim Silva e Luna e o primeiro do atual governo, Roberto Castello Branco.

Essa dança das cadeiras é, sem dúvida, parte de um jogo de interesses, onde Bolsonaro faz demagogia criticando os altos preços da gasolina e do diesel, enquanto os acionistas nadam em rios de dinheiro e a categoria dos trabalhadores petroleiros perdem cada vez mais direitos e veem suas condições de trabalho serem deterioradas. Além disso, é a população que paga a conta na bomba e Andrade seguirá esse projeto neoliberal.

Dentre os principais ataques à categoria petroleira na proposta de acordo coletivo, temos a proposta da empresa de reajuste salarial base de apenas 5%, ainda abaixo da inflação, tanto quanto o fim da gratificação por produção em campo terrestre. O pagamento das horas extras permanece pelo regime CLT de 50%, onde 100% seria só em casos previstos em lei de Domingos e feriados, e a transformação dessas horas em “banco de horas”. Outro absurdo é a proposta de retirada da cláusula 42 do parágrafo 4º de proibição de demissão sem justa causa, em situação de privatização.

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    Tudo isso se liga à sistemática precarização das condições de trabalho, com maiores acidentes (afligindo mais os terceirizados), aumento das jornadas, não pagamento de horas extras, extensão dos embarques, adoecimento por cansaço, lesão, burnout, depressão, entre vários outros. Bolsonaro e os militares querem arrancar o couro dos petroleiros, efetivos e terceirizados, para enriquecenher um punhado de capitalistas às custas de altos preços para a população.

    Por fim, e não menos importante, todos estes golpes da onda ultraliberal de privatizações tem atingido o bolso do contribuinte. Na penúltima sexta-feira (17/Jun) foi anunciado mais um reajuste dos combustíveis, que por consequência afetará os preços do gás de cozinha, nos alimentos, nas tarifas de transporte público e para a classe pobre que possui, e depende, de automóveis privados. O último aumento da gasolina foi feito há pouco mais de 3 meses, já a do diesel em pouco mais de 1 mês.

    Em contrapartida, os lucros da Petrobrás decolam incessantemente, em detrimento de nós proletários e classe trabalhadora que financiamos esse desmonte criminoso e sofremos a queda vertiginosa de nossa qualidade de vida. Na última segunda-feira, só para os acionistas que sugam os recursos da estatal, foi distribuída a 1a parcela de juros e dividendos, totalizando cerca de R$48,5 bilhões.

    Dessa forma, devemos romper com qualquer tentativa de aliança petista com o golpismo que tornou possível o golpe institucional de 2016, que abriu as portas para todo o desmonte que se segue com a estatal da Petrobrás, que pertence a nós brasileiros e não aos acionistas estrangeiros das grandes potências imperialistas.

    Por uma Petrobrás 100% estatal e sob o controle da categoria de trabalhadores petroleiros e demais setores, e da população!




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