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"SEM LIMITES" DA LAVA JATO | Nova operação da Lava Jato: desenhada para agradar a Shell e Trump na entrega da Petrobras

Hoje foi deflagrada nova fase da operação Lava Jato. Esta operação tem como alvo supostas propinas pagas pelas imperialistas Glencore, Trafigura e Vitol a funcionários da Petrobras. Novidade na Lava Jato ao mirar empresas imperialistas? Se olharmos mais de perto a operação veremos que não. Trata-se de opereta para favorecer a Shell, Total e outras empresas imperialistas.

quarta-feira 5 de dezembro de 2018 | Edição do dia

Charge: Vitor Teixeira

Hoje foi deflagrada nova fase da operação Lava Jato. Esta operação tem como alvo supostas propinas pagas pelas imperialistas Glencore, Trafigura e Vitol a funcionários da Petrobras. Trata-se de uma novidade na Lava Jato ao mirar empresas imperialistas? Se olharmos mais de perto esta operação veremos que não. Trata-se de uma opereta para favorecer a Shell, Total e outras empresas imperialistas.

A 57a fase da operação Lava Jato mira A Glencore, Trafigura e Vitol por terem pago, supostamente, propina a funcionários da Petrobras em Houston, Texas, EUA.

Mas de que tipo de operação se trata, e quais são estas empresas?

Trata-se de esquema nos contratos de mediação de comercialização de commodities. Estas 3 empresas são as maiores "tradings" de commodities do mundo. Quase todo petróleo do mundo (e uma boa parte dos minérios) passa por suas mãos. Todas as três são especializadas em energia (petróleo, gasolina, gás natural e minérios). O Brasil é dos mais importantes "players" globais no comércio de todos essas matérias primas. E tem avançado suas exportações tanto de petróleo como de ferro para a China. Uma maior ingerência imperialista, sem intermediários, pode fortalecer o programa "America First" de Trump em sua pressão contra a China.

A operação da Lava Jato ao focar nos "intermediários" entre a produção e a venda de commodities cobiçadas no país, abre caminho para que sejam diretamente as grandes produtoras, tais como a Shell, BP, Chevron, Total que negociem diretamente o petróleo da Petrobras ou aquele que elas mesmas arranquem do país no processo de privatização que Bolsonaro, Paulo Guedes e os militares prometem acelerar.

Adicionalmente, enlamear estas empresas por sua corrupção, pode abrir caminho para que novos esquemas de corrupção e e chantagem entrem não somente no crucial mercado de energia do pre-sal, mas também no de minérios. Um maior controle imperialista sobre as exportações brasileiras de ferro para a China pode dar maior alavancagem a Trump em suas negociações.

As empresas afetadas, contam com uma composição acionária complexa e pulverizada, mas chama a atenção que além de fundos soberanos do golfo e da Noruega, um dos maiores acionistas da gigante Glencore é o russo Ivan Glasenberg, da gigante de petróleo daquele país, a Rosneft.

Trata-se de uma operação prenhe de significados geopolíticos que se insere na estratégia americana, delineada no "National Security Strategy" de Trump (leia aqui o documento completo) que é utilizar o judiciário e o "combate a corrupção" como principal instrumento no "hemisfério ocidental". A Lava Jato ao mirar essas operações colocando o holofote na comercialização, mas nunca nos bancos ou na maior e mais rica subdivisão da Petrobras, a Exploração & Produção, mostra, mais uma vez, como não está preocupada em combater a corrupção mas em fortalecer alguns interesses em detrimento de outros.

Pode te interessar conhecer mais sobre os interesses de alguns "donos do mundo" na Lava Jato

Para combater a corrupção, impedir que as riquezas nacionais sejam entregues a Shell e outras empresas imperialistas é preciso exigir dos sindicatos e centrais sindicais, começando pelos sindicatos petroleiros organizados na FUP-CUT, que rompam com a impotente estratégia de pressão parlamentar e esperar 2022 e organizem já um plano de luta contra as privatizações e todas reformas de Bolsonaro com apoio do judiciário e do imperialismo.

É um objetivo claro e preciso de ação, que pode coordenar as forças dos petroleiros com o conjunto da classe trabalhadora, dos sindicatos e das organizações de esquerda: como negar a necessidade de defender a Petrobras e os poços do pré-Sal contra a investida dos monopólios estrangeiros e os planos de privatização de Bolsonaro/Guedes? Trata-se de uma luta elementar pela preservação das riquezas nacionais contra o saque imperialista.

Nesta luta a defesa de que todo petróleo nacional seja controlado por uma Petrobras 100% estatal administrada democraticamente por seus trabalhadores junto a população pode ganhar força e assim permitir que as vastas riquezas do subsolo nacional sirvam aos interesses não de corruptos ou imperialistas, mas aos interesses dos trabalhadores e do povo.




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