A luta contra a reforma da aposentadoria de Macron continua. Na última quinta-feira, 6 de fevereiro, ocorreram manifestações em toda a França.
sexta-feira 7 de fevereiro de 2020 | Edição do dia
Os sindicatos franceses voltaram às ruas da França nesta quinta-feira para exigir a retirada da reforma do sistema de pensões de Emmanuel Macron, dois meses depois das primeiras mobilizações. Essa reforma é a principal aposta do atual governo para avançar contra os direitos da classe trabalhadora.
Cerca de 121.000 pessoas se mobilizaram em toda a França, 15.000 em Paris, segundo dados do Ministro do Interior, enquanto a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) estimou a participação em Paris em 130.000 pessoas.
Embora o número dado pelo Interior tenha mostrado um ligeiro aumento em relação à última marcha de 30 de janeiro, a participação caiu pela metade em duas semanas, em grande parte devido à recusa da CGT e de outros sindicatos em convocar um plano de luta sério, com uma greve geral. Na ausência de um caminho claro para a vitória, a mobilização foi muito mais fraca do que no início dos protestos, que chegaram a ativar 1,5 milhão de acordo com os sindicatos.
Em Paris, houve grandes mobilizações de estudantes de universidades como Tolbiac e Sorbonne. Na coluna estudantil que eles formaram, cantaram "Continuaremos até a retirada [da reforma]".
Les universités P1, P7, et P6 rejoignent la manifestation en cortège étudiant ! #Université #blocus #greve6février pic.twitter.com/MRYEU9i7Rv
— RévolutionPermanente (@RevPermanente) February 6, 2020
Na cidade de Lyon, manifestantes se reuniram no Manufacture des Tabacs, um campus universitário, e marcharam até a Place Bellecour, uma praça no centro da cidade. Em Toulouse, dezenas de milhares foram às ruas para se juntar à mobilização, também com a consigna central pela retirada da reforma do sistema de aposentadorias.
Des dizaines de milliers de manifestants à #Toulouse #greve6fevrier pic.twitter.com/pD2Apj02aQ
— RévolutionPermanente (@RevPermanente) February 6, 2020
As centrais exigem a retirada total do projeto de lei que está sendo examinado na Assembléia Nacional, que inclui a implementação de um sistema universal de cálculo de pensões e o aumento da idade da aposentadoria. Assim, busca-se que os trabalhadores trabalhem mais para se aposentar e eliminar sistemas especiais que consideram tarefas insalubres e permitam que se aposentem antes dos 62 anos de idade.
"A mobilização está lá e aqueles que se recusam a vê-la devem abrir os olhos", disse o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, a repórteres no início da manifestação em Paris na quinta-feira.
Os cartazes exibiam consignas como "Aposentadoria por pontos: todos perdemos", que é o nono dia de mobilização desde 5 de dezembro e agora pedem aos deputados que não aprovem o texto.
Os trabalhadores de transporte na região metropolitana de Paris, agrupados na RATP, foram e continuam sendo a vanguarda das manifestações. Nesta quinta-feira, eles realizaram uma ação simbólica na sede do sindicato, onde jogaram fora suas roupas de trabalho para denunciar a repressão com a qual o governo respondeu desde o início da greve.
🚍🚨 Action symbolique à la Maison de la RATP par les grévistes de plusieurs secteurs, les agents RATP dénoncent la répression en jetant leurs tenues 💪 #greve6fevrier #reformedesretraites pic.twitter.com/Kn2zAMKcEa
— RévolutionPermanente (@RevPermanente) February 6, 2020
Embora o transporte nacional tenha retornado ao normal, a RATP pediu uma nova jornada em 17 de fevereiro com o objetivo de cortar o transporte público na capital.